DestaqueUOL

“Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett: Uma crônica de viagem misturada com ficção romântica pela Portugal do século 19







Viagens na Minha Terra: Folha Clássicos da Literatura Luso-Brasileira

Mescla de relatos de viagem e ficção romântica: “Viagens na Minha Terra” chega às bancas neste domingo

Escrito por Almeida Garrett em 1846, “Viagens na Minha Terra” é uma das obras mais relevantes do autor. Integrando a Coleção Folha Clássicos da Literatura Luso-Brasileira, o livro transporta o leitor em uma viagem de Lisboa até Santarém, misturando crônicas de viagem com ficção romântica.

Em suas descrições, Garrett confessa uma “prosaica sinceridade” ao retratar paisagens e pessoas encontradas durante a jornada. Apesar disso, o autor ironiza e critica certos lugares, como Azambuja, onde encontra uma estalagem que classifica irônicamente como “elegante estabelecimento”. Porém, o tom crítico se intensifica ao descrever o local e seus habitantes, evidenciando uma visão desencantada da realidade.

O colunista João Pereira Coutinho, em seu texto na contracapa da edição, destaca que o estilo da obra é moderno, coloquial, sardônico e estrangeirado, refletindo o desencanto próprio das almas românticas que buscam o ideal e se confrontam com a realidade. Além disso, a segunda parte do livro aborda a paixão de Joaninha e Carlos, um casal de primos envolvido nas disputas políticas entre liberais e absolutistas, proporcionando uma reflexão sobre os desdobramentos da Revolução Liberal nas décadas iniciais do século 19.

Segundo Coutinho, Garrett, sendo liberal, teria muito para comemorar com o triunfo do liberalismo em Portugal. No entanto, a questão levantada é sobre o verdadeiro significado desse triunfo, especialmente quando confrontado com a vitória dos “homens sem qualidades”, aqueles que, nas palavras de Oscar Wilde, “sabem o preço de tudo e o valor de nada”.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo