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FA conclui processo de elaboração do programa eleitoral para 2024 com mais de 2.200 modificações e candidatos definidos para as eleições primárias



No longo processo de preparação para o programa eleitoral de 2024, a Frente Ampla (FA) contou com a participação de 32 unidades temáticas, que se reuniram ao longo de 2022 e nos primeiros meses de 2023. Cada unidade temática gerou um relatório que foi submetido à Comissão Nacional do Programa, resultando em um documento resumo de 80 páginas organizadas em sete capítulos. Esse documento foi aprovado pelo Plenário Nacional da FA em 15 de julho de 2023, marcando o início das discussões nas comissões de base e dentro das facções do partido. Até outubro, as propostas de modificações foram enviadas para o Congresso de dezembro, resultando em mais de 2.200 modificações no documento original.

O Congresso reuniu-se em oito comissões e realizou uma reunião plenária, com a participação de 2.100 delegados, aproximadamente 600 a mais do que o Congresso anterior, ocorrido em 2019. O trabalho foi baseado nas propostas de modificações recebidas, e as que conseguiram apoio suficiente foram aprovadas em livro fechado.

A importância desse processo para um partido como a FA, que busca aspirar ao governo, é inegável. O programa desenvolvido pelo Congresso orienta as ações dos líderes e do partido, tanto no governo quanto na oposição, e reflete as reivindicações dos principais apoiadores do partido, como o movimento sindical, organizações de direitos humanos, o movimento pela diversidade sexual e o movimento feminista.

No entanto, a elaboração do programa não pode ser dissociada das tensões políticas inerentes a um partido com aspirações de governar. O debate sobre o risco eleitoral das propostas esteve presente no Congresso de 2023, resultando na inclusão de algumas propostas e na exclusão de outras, como a criação de um Ministério da Igualdade.

O processo de desenvolvimento do programa também incorpora aspectos técnicos, mas mantém uma natureza eminentemente política, garantindo porosidade para a influência dos movimentos sociais.

Além disso, o Congresso recém-realizado foi importante para viabilizar os pré-candidatos presidenciais que disputarão as eleições primárias de 2024. Com a ausência de algumas das principais referências políticas do partido, a FA processou uma mudança de liderança que se reflete nas candidaturas aprovadas pelo Congresso.

Nas últimas sondagens, a FA surge como favorita, à frente de todos os partidos da coligação de direita combinados. No entanto, enfrentará uma competição acirrada, tendo em vista atos recentes de corrupção que impactaram a imagem do governo de Lacalle Pou.

Assim, o caminho para a vitória em 2024 ainda está repleto de desafios, mas a esquerda está entusiasmada com a perspectiva de retornar ao governo.


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