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Consenso e Tensão em Barbados: Acordo Político e Disputa Territorial no Radar Venezuelano




Artigo – Acordo de Barbados

Acordo de Barbados: um passo em direção à estabilidade política

No mês de outubro, delegações do governo e da oposição da Venezuela se encontraram em Barbados para assinar um acordo que definiu as regras eleitorais para 2024. O acordo foi elogiado por especialistas como um sinal de esperança para a estabilidade política do país.

Stephanie Braun Clemente, doutoranda em Relações Internacionais e pesquisadora do Observatório Político Sul-Americano (OPSA) da UERJ, destacou a complexidade por trás do consenso e afirmou que a assinatura do acordo de Barbados se deveu “à pressão dos Estados Unidos”. A efetividade do acordo, no entanto, ainda precisa ser avaliada, uma vez que as principais pautas, como a realização de eleições livres e democráticas em 2024 e a suspensão das inelegibilidades dos candidatos, ainda não foram postas em prática.

O acordo foi visto como um instrumento da capacidade do governo Maduro de dialogar com a oposição, visando a suspensão das sanções. Para a oposição, os diálogos representam uma tentativa de concorrer nas eleições de 2024, buscando reverter as inabilitações a candidatos como Maria Corina Machado.

Disputa territorial e tensões com a Guiana

Outro assunto que dominou a pauta venezuelana foi a reivindicação pelo território do Essequibo. O referendo realizado no dia 3 de dezembro recebeu um expressivo apoio da população, com mais de 96% dos votos a favor da soberania venezuelana sobre o território de 160 mil km². A disputa com a Guiana envolve questões econômicas, como a exploração de reservas de petróleo na região, e chegaram a suscitar ameaças bélicas.

No entanto, as tensões se acalmaram após uma reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana, que se comprometeram a não utilizar a força para resolver a disputa territorial. O Brasil, representado pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim, atuou como mediador nesse diálogo.

Para o próximo ano, a resolução da disputa na fronteira deve dividir a atenção do governo Maduro com pautas internas, como a campanha presidencial. Manter a suspensão das sanções é importante para o governo, e temas como a realização das eleições, as regras de campanha e o calendário eleitoral devem ganhar maior atenção em 2024.


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