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Futuro Secretário de Segurança Nacional critica desatualização da lista de criminosos mais procurados pelo Ministério da Justiça.






Lista dos mais procurados no Brasil encontra-se desatualizada

De acordo com o futuro secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Francisco Tadeu Alencar, a relação dos criminosos mais procurados é crucial, porém não pode ser “seletiva”. Em entrevista ao UOL, ele ressaltou que a lista apresenta pessoas de periculosidade questionável e não recebeu atualizações necessárias.

Conforme informações divulgadas, em 27 de dezembro do ano passado, a lista incluía 22 criminosos, dos quais 12 estavam capturados, e 10 ainda foragidos.

“A lista dos criminosos mais procurados elegeu critérios de gravidade que estão sendo, ao menos parcialmente, ignorados, ao não se proceder a uma adequada atualização, que é a postura do atual governo, de indesejável seletividade”, argumentou Alencar. “É um cadastro seletivo? Isso desmoraliza.”

“É mais um instrumento com foco nas figuras que deveriam merecer atuação especial do Estado” – declarou Tadeu Alencar, futuro secretário nacional de Segurança Pública do MJ.

A lista de criminosos mais procurados foi criada na gestão do presidente Jair Bolsonaro, na época do então ministro Sérgio Moro. Contudo, conforme reportagem do UOL, ela não recebeu atualizações desde o primeiro semestre de 2021, apesar de os estados continuarem enviando informações sobre a necessidade de prisão de mais criminosos perigosos e envolvidos em facções.

Alencar afirmou que a relação será atualizada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, devido à sua importância nas políticas de combate ao crime.

Ele enfatizou a importância da União na articulação da segurança pública e ressaltou que a execução da segurança cabe aos estados. Além disso, salientou a necessidade de aprimoramento e padronização das estatísticas de violência para uma distribuição justa do dinheiro do Fundo Nacional de Segurança Pública entre os estados.

Terroristas também podem ser incluídos na lista

Alencar mencionou que a atualização da lista dos mais procurados contemplará também aqueles que cometeram atos de terrorismo ou crimes contra a democracia, como o ataque à sede da PF e a bomba no aeroporto de Brasília.

Durante o seu mandato como secretário da Casa Civil do estado de Pernambuco entre 2010 e 2014, e subsequentemente como deputado federal pelo PSB, Alencar buscou propor aprimoramentos no sistema de segurança pública. Revelou ainda que em curto prazo almeja discutir as diretrizes relacionadas à gestão da Secretaria Nacional de Segurança Pública com Flávio Dino, ministro atual.

A lista em questão foi criada pela Seopi seguindo “critérios técnicos e consulta aos estados”, segundo Sérgio Moro. Entretanto, gerou controvérsias, pois não incluiu o miliciano Adriano Nóbrega, próximo à família do presidente Bolsonaro, ao mesmo tempo em que inseriu o miliciano Wellington Braga, conhecido como “Ecko”.

Um dos criminosos mais procurados foi preso logo após o lançamento da lista, enquanto o miliciano “Ecko” foi localizado e preso em junho de 2021. No entanto, ao longo do primeiro semestre do mesmo ano, a lista deixou de receber atualizações, não correspondendo às informações enviadas pelas polícias estaduais sobre a identificação de novos crimonosos potencialmente perigosos.

Em setembro de 2022, o Ministério da Justiça afirmou que a lista “visa o fomento a prisões estratégicas de indivíduos” e que a atualização da lista não interfere na investigação para a prisão dos procurados.

Em dezembro, a pasta enviou outra nota: “A lista de procurados entrará em processo de reestruturação. Até que se conclua, não haverá atualização.”


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