O aumento do Déficit Nominal preocupa especialistas
Recentemente, dados divulgados pelo Banco Central indicaram que o déficit nominal atingiu um patamar preocupante no Brasil. Com um saldo de 9,41% do PIB para o setor público consolidado nos últimos 12 meses até abril, esse indicador reflete a dificuldade do governo em equilibrar receitas e despesas, principalmente devido aos altos custos com juros da dívida pública.
De acordo com especialistas, o aumento dos gastos promovido pelo governo somado aos altos patamares da taxa Selic têm contribuído para essa trajetória de deterioração do déficit. Em valores absolutos, o déficit nominal alcançou a marca de R$ 1,066 trilhão, sendo que cerca de 74% desse montante se refere aos juros da dívida pública.
Outro ponto que tem impactado negativamente as finanças brasileiras é o déficit primário, que também apresenta um cenário desafiador. O aumento de despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários, tem gerado dúvidas sobre a capacidade do governo em acomodar tais gastos dentro do limite estabelecido.
A alta da taxa Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano, tem sido uma medida adotada pelo Banco Central para conter a inflação. No entanto, essa política tem elevado os custos de financiamento e gerado preocupações em relação à sustentabilidade da dívida pública no longo prazo.
Diante desse cenário, economistas defendem a necessidade de harmonização entre as políticas fiscal e monetária, bem como a adoção de medidas para reforçar o arcabouço fiscal e garantir a sustentabilidade das contas públicas no futuro. A incerteza fiscal e a pressão dos mercados internacionais tornam essas ações ainda mais urgentes, sob o risco de agravar a situação do déficit nominal no país.
Apesar das previsões de uma possível redução nos juros e no déficit primário nos próximos anos, as projeções apontam para um cenário desafiador, com incertezas e desafios a serem superados pelo governo brasileiro. A adoção de políticas eficazes e o controle rigoroso dos gastos públicos são fundamentais para reverter o quadro atual e garantir a estabilidade econômica do país.
