
Condições de trabalho no serviço doméstico no Brasil
Muitas casas tratam as trabalhadoras domésticas de forma inadequada, ignorando seus direitos fundamentais. Ao invés de presentes ou favores, o que elas desejam é que seu FGTS seja depositado corretamente e que não sejam incomodadas no meio da noite para atender demandas não relacionadas ao seu trabalho.
O serviço doméstico muitas vezes é encarado como uma obrigação ligada a gênero e cor da pele, o que revela as raízes da escravidão no país e a falta de independência econômica garantida aos escravizados mesmo após a abolição em 1888.
Mulheres negras têm sido historicamente exploradas na reprodução social de ricos e pobres, sendo sobrecarregadas com responsabilidades desde a infância. Isso evidencia a desigualdade estrutural e a exploração de mão de obra.
Durante as discussões para a emenda constitucional de 2013 que estabeleceu direitos mais justos para as trabalhadoras domésticas, houve manifestações preconceituosas por parte de alguns empregadores, que se mostraram resistentes à equiparação de direitos.
Exemplos de comentários discriminatórios contra empregadas domésticas ainda são frequentes, como o caso do então ministro da Economia, Paulo Guedes, que fez um comentário desrespeitoso em 2020, evidenciando a falta de valorização do trabalho doméstico.
É fundamental promover conscientização e mudança de mentalidade para valorizar e respeitar as trabalhadoras domésticas, reconhecendo-as como profissionais que merecem dignidade e direitos iguais a qualquer outro trabalhador. A sociedade precisa reconhecer a importância do serviço doméstico e lutar por condições justas e igualitárias para essas profissionais.