Reino Unido enviará navio de guerra para a Guiana em meio a disputa por território rico em petróleo
O Reino Unido anunciou que o Ministério da Defesa britânico enviará um navio de guerra para a Guiana no final deste mês. A decisão foi tomada em meio a uma disputa fronteiriça com a Venezuela em torno de Essequibo, um território guianense rico em petróleo. A iniciativa faz parte de uma estratégia para oferecer apoio ao país sul-americano, que é um aliado e ex-colônia britânica.
O navio de patrulha da Marinha Real HMS Trent será enviado para a Guiana como parte de uma série de compromissos na região durante a implementação da Tarefa de Patrulha do Atlântico. O anúncio não menciona a Venezuela ou a disputa por Essequibo, mas reforça o interesse do Reino Unido em oferecer suporte à Guiana, aliada regional e parceira da Commonwealth, composta pelo Reino Unido e suas antigas colônias.
Recentemente, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram em uma tentativa de estabelecer um diálogo sobre Essequibo. Após o encontro, os países divulgaram uma declaração na qual se comprometem a não ameaçar ou usar a força um contra o outro em quaisquer circunstâncias, incluindo aquelas decorrentes das controvérsias existentes entre os dois Estados.
A região de Essequibo, geralmente reconhecida como parte da Guiana, tem sido alvo de disputa nos últimos anos devido às grandes descobertas de petróleo e gás. A tensão aumentou após a realização de um plebiscito promovido pelo regime venezuelano em dezembro, no qual 96% dos eleitores teriam votado favoravelmente à criação de um novo estado em Essequibo e da concessão de nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região.
Antes do plebiscito, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) exortou a Venezuela a não anexar o território. Enquanto o presidente guianense Ali afirmou que a CIJ é responsável por decidir a controvérsia sobre as fronteiras entre Guiana e Venezuela, o regime de Maduro não reconhece a jurisdição da corte no caso.