Líder indígena é assassinado a tiros na Bahia em emboscada e gera comoção nacional
A área da Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu é conhecida por ser palco de invasões e conflitos promovidos por fazendeiros e posseiros. Não é a primeira vez que um líder pataxó é morto na região. Em 1988, o líder pataxó João Cravim foi executado no mesmo trajeto em que Lucas foi emboscado. João Cravim era irmão de Galdino Jesus dos Santos, que foi queimado vivo em Brasília em 1997.
Lucas Kariri-Sapuyá deixa três filhos, uma companheira e pretendia concorrer ao cargo de prefeito nas próximas eleições. Sua morte gerou comoção nas redes sociais, com diversas pessoas o descrevendo como um líder aguerrido, corajoso e dedicado à defesa da educação escolar indígena.
Partidos e entidades ligadas aos direitos humanos e povos indígenas se manifestaram, exigindo uma investigação rigorosa do caso e responsabilização dos autores do crime. Tanto a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) quanto o Ministério dos Povos Indígenas afirmaram que irão acompanhar de perto as investigações.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que já está tomando medidas para apurar o caso, e guias periciais foram expedidas para identificar a autoria e motivação do crime. A comunidade indígena e defensores dos direitos humanos esperam que o caso seja resolvido rapidamente e que os responsáveis sejam levados à justiça. A morte de Lucas Kariri-Sapuyá representa mais um capítulo lamentável na luta pela preservação dos direitos e da dignidade dos povos indígenas no Brasil.
