Presidente do BC afirma que projeção de redução de juros serve apenas para duas próximas reuniões do Copom.

Campos Neto explicou que o Copom optou por manter um guidance curto em suas comunicações, limitando-se às próximas duas reuniões, alegando que este é um horizonte condizente com as incertezas e a visibilidade da política monetária. Ele ressaltou que apesar da indicação de cortes nas próximas duas reuniões, isso pode ser reavaliado a cada encontro do colegiado.
Quanto à relação entre possíveis mudanças na meta fiscal do governo e o ritmo de queda dos juros, o presidente do BC afirmou que tal relação existe, porém não é mecânica. Campos Neto também enfatizou que outros fatores, como a aprovação de reformas, podem compensar um eventual aumento de gastos estatais.
Ele elogiou o governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela aprovação da reforma tributária, destacando que a agenda reformista “compensou” a pressão do governo por mais gastos, mantendo as expectativas para a inflação estáveis.
O Banco Central também divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual elevou ligeiramente a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2,9% para 3%. Além disso, a probabilidade de a inflação de 2023 ultrapassar a meta (4,75%) neste ano caiu de 67% para 17%.
Em resumo, as declarações de Campos Neto indicam que o Copom prevê continuar reduzindo os juros nas próximas duas reuniões, mas que a situação poderá ser reavaliada a cada encontro. A sinalização de corte nas próximas reuniões não está atrelada a cortes posteriores, e o presidente do BC destaca que o contexto fiscal e as reformas também influenciam as decisões sobre a política monetária.