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Relatório do Orçamento de 2024 prevê fundo eleitoral de quase R$5 bilhões, valor dobrado em relação ao último pleito municipal.




Relatório do Orçamento de 2024 prevê fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões

Relatório do Orçamento de 2024 prevê fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões

O relatório do Orçamento de 2024 vai prever que o fundo eleitoral seja elevado para R$ 4,961 bilhões, o que representa o dobro do que foi usado para financiar a campanha do último pleito municipal, em 2020.

O valor ainda precisa ser votado pelo Congresso, mas significa que a Câmara e os presidentes de partidos largaram na frente na disputa sobre o valor do fundão para o próximo ano.

Nos últimos dias, a cúpula da Câmara intensificou a articulação e, em reunião com o relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta (PL-SP), ficou decidido que o projeto vai prever quase R$ 5 bilhões. O montante foi antecipado pela Folha no início de novembro.

Esse é o mesmo patamar do fundo das eleições nacionais do ano passado, quando a disputa era para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Só que, em 2024, estarão na corrida os cargos de prefeito e vereador.

O Senado e deputados de estados menores vinham defendendo que o fundão fosse de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, o que equivale ao valor gasto em 2020, corrigido pela inflação.

Embates e Articulações

Na avaliação do Senado, não há justificativa plausível para distribuir a candidatos a prefeitos e vereadores —que percorrem apenas seus municípios— o mesmo montante usado em uma corrida para presidente, governadores, senadores e deputados federais. Portanto, integrantes do Congresso preveem um embate na votação do Orçamento de 2024 em relação ao valor do fundo.

O presidente Lula havia previsto na versão original no projeto do Orçamento de 2024 um valor de R$ 900 milhões para financiar as campanhas eleitorais. Por isso, o Congresso tem que encontrar recursos para inflar o fundo.

Irrigação e Críticas

Para tentar abafar as resistências, a cúpula da Câmara e o relator querem que o fundão seja majoritariamente irrigado por dinheiro de emendas parlamentares —dinheiro que deputados e senadores podem enviar para obras e projetos em suas bases eleitorais.

Com isso, não seria necessário tirar verba de ministérios do presidente Lula (PT), inclusive do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

No entanto, a medida gera mais críticas internas no Congresso, pois parlamentares de estados pequenos são contrários a reduzir o valor das emendas de bancadas estaduais (os congressistas de cada unidade da federação se reúnem e decidem qual obra receberá dinheiro patrocinado por eles).

Interesses e Disputas

A eleição de 2024 desperta mais o interesse de deputados do que de senadores. Se um deputado consegue eleger um aliado para a prefeitura, já larga com vantagem para 2026, data da próxima eleição geral.

Na visão de líderes da Câmara, a resistência do Senado ao fundão turbinado é mais um capítulo da disputa por protagonismo entre as duas Casas do Congresso.


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