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Comitê de Política Monetária reforça necessidade de cumprimento da política fiscal para equilíbrio das contas públicas e queda da inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou recentemente a ata de sua última reunião, na qual reforçou a importância do cumprimento da política fiscal do governo para o equilíbrio das contas públicas e a consequente queda da inflação. A preocupação do BC está diretamente relacionada às expectativas de inflação acima da meta estabelecida, o que impacta a decisão do Copom sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Durante a reunião, o Copom ressaltou a importância do contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação das instituições públicas, assim como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira. A ata da reunião destacou a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária.

Além disso, o Copom reforçou que a falta de esforço em reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, impactando negativamente a política monetária e o custo de desinflação em termos de atividade econômica.

A ata da reunião também ressaltou que não há uma relação mecânica desses fatores com a política monetária, mas variáveis como a dinâmica fiscal ou o cenário externo podem alterar as expectativas do mercado, impactando a decisão do BC sobre os juros.

O Copom reduziu recentemente a taxa Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano, em uma tentativa de conter a inflação. O comportamento dos preços foi um dos principais fatores que levou o BC a cortar os juros pela quarta vez no semestre. A redução faz parte de um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

A preocupação do Copom está alinhada com a estratégia de convergência da inflação para a meta estabelecida para os próximos anos, que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As expectativas de inflação para 2024 e 2025 estão em torno de 3,9% e 3,5%, respectivamente.

Além disso, a ata da reunião também abordou a atividade econômica, destacando a desaceleração da economia e a moderação no consumo das famílias. O Copom ressaltou a importância de uma política monetária contracionista até que se consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas estabelecidas.

Diante desse cenário, o Banco Central segue atento e avaliando constantemente a dinâmica econômica e os impactos das decisões sobre a taxa de juros na economia, visando alcançar a estabilidade e o crescimento sustentável no longo prazo.

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