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Câmara dos Deputados vota projeto que altera reforma do ensino médio em meio a críticas e ajustes propostos.




Projeto de alteração da reforma do ensino médio

Nesta terça-feira (19), a Câmara dos Deputados tem a possibilidade de votar em plenário o projeto de lei que busca alterar a reforma do ensino médio. O texto a ser analisado é de autoria do deputado Mendonça Filho (União-PE), ex-ministro da Educação durante a aprovação das mudanças no currículo escolar em 2017, no governo de Michel Temer (MDB).

A reforma de Temer propunha a flexibilização do ensino, com a divisão da grade em uma parte comum, focada em disciplinas básicas como português e matemática, e uma parte diversificada, com áreas de aprofundamento escolhidas pelos estudantes.

No entanto, a prática da reforma foi tumultuada. Desde que a implementação do novo formato se tornou obrigatória em 2022, uma série de problemas foi relatada em reportagens da Folha: estudantes reclamam de ter perdido tempo de aula de disciplinas tradicionais, itinerários geram conteúdos desconectados do currículo e escolas não oferecem um leque de opções de itinerários, chegando até a casos de sorteio entre alunos.

Diante das críticas e da pressão de alunos, educadores e especialistas, o governo Lula (PT) enviou ao Congresso um projeto de lei prevendo, entre outros ajustes, aumentar a carga horária de disciplinas tradicionais e limitar a oferta dos itinerários para evitar a profusão de opções.

No entanto, os deputados apresentaram um substitutivo ao texto do governo, com Mendonça atuando como relator. A nova proposta estipula a ampliação da carga horária da formação geral básica, mas abaixo do desejado pela equipe de Lula. O argumento do deputado é que os problemas decorrentes da reforma não foram causados pelo modelo aprovado em 2017, mas sim por falhas na coordenação do MEC durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e dificuldades na pandemia.

Na última quarta-feira (13), os deputados aprovaram, por 351 votos a 102, que o projeto deve tramitar em regime de urgência, ou seja, ele seguirá direto para o plenário, sem passar pela análise nas comissões temáticas da Casa. O texto pode ser discutido nesta terça-feira.

Reforma do ensino médio 2017

  • 60% da carga horária comum com as disciplinas regulares, como português e matemática
  • 40% formados por optativas

Quais são os itinerários:

  • Matemática e suas tecnologias
  • Linguagens e suas tecnologia
  • Ciências da natureza e suas tecnologias
  • Ciências humanas e sociais aplicadas
  • Formação técnica e profissional

Projeto do governo Lula (out.2023)

  • 80% da carga horária comum com as disciplinas regulares
  • 20% formados por optativas

Quais são os itinerários:

  • Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza
  • Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais
  • Linguagens, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza
  • Matemática, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza

As escolas só serão obrigadas a ofertar dois deles

Como fica o ensino técnico?
No caso da oferta ser de educação profissional, há a possibilidade de destinar a parte comum a 2.200 horas, ficando o restante destinada a essa formação.

Projeto da Câmara (dez.2023)

  • 70% da carga horária comum com as disciplinas regulares
  • 30% formados por optativas

Quais são os itinerários:

  • Matemática e suas tecnologias
  • Linguagens e suas tecnologia
  • Ciências da natureza e suas tecnologias
  • Ciências humanas e sociais aplicadas
  • Formação técnica e profissional

Como fica o ensino técnico?
O texto abre a possibilidade de destinar 300 horas da carga comum para aprofundamento de conteúdos do ensino técnico, completando assim a carga de 1.200 horas prevista para a formação técnica com essa modalidade como itinerário.


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