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Lula e Bolsonaro polarizam em busca de vitórias nas eleições municipais de 2024, prevendo repetição do cenário de 2018.




Lula e Bolsonaro miram polarização em eleições municipais de 2024

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apostam na reedição da polarização do último pleito nacional na disputa das eleições municipais de 2024. Para aumentar a quantidade de prefeituras controladas por aliados, os dois focam as cidades onde as disputas têm chances de ir ao segundo turno.

Tanto Lula quanto Bolsonaro já indicaram que pretendem viajar para municípios com essas características e atuar como cabos eleitorais de candidaturas competitivas. Com isso, testarão a capacidade de articulação e, ao mesmo tempo, devem colocar à prova suas rejeições.

Atuação de Lula e Bolsonaro

Lula já atuou como cabo eleitoral em São Paulo neste fim de semana pela pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), colocado em palanque do governo para lançamento de empreendimento habitacional. Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030, Bolsonaro esteve em Curitiba junto com a mulher, Michelle, que intensificou as agendas políticas nos últimos meses.

A avaliação de que a polarização deve pautar as corridas para prefeituras e Câmaras Municipais em 2024 foi exposta pelo próprio Lula a uma plateia de militantes e pré-candidatos, em evento do PT no dia 8 de dezembro. “Eu sinceramente acho que essa eleição vai acontecer, vai ser outra vez, Lula e Bolsonaro disputando essas eleições nos municípios”, disse.

Estratégias de ambos os líderes

Na ocasião, Lula ainda indicou aos seus apoiadores a necessidade de se aproximar de importantes setores da sociedade, hoje alinhados ao bolsonarismo. No evento do PT, Lula também aproveitou para pedir engajamento dos petistas e de seus ministros nas eleições.

O partido já fez um mapa no qual elenca cidades prioritárias, com foco naquelas com mais de 100 mil eleitores. Dirigentes do PT esperam ter uma presença relevante na maioria das cidades, mas têm admitido abrir mão de lançar candidatos próprios para costurar candidaturas competitivas com aliados.

Bolsonaro tem repetido a seus aliados a mesma avaliação de Lula, de que o pleito municipal será polarizado. Integrantes do PL contam com a boa votação do ex-presidente nessas praças e avaliam que ele continua com altos índices de apoiadores. Para o ano que vem, Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, lançou a ambiciosa meta de conquistar mil prefeituras, tendo Bolsonaro como principal cabo eleitoral.

O maior problema de ambos os líderes políticos, porém, será justamente a dificuldade para emplacar aliados próximos na disputa pelas maiores prefeituras do país. O partido do presidente Lula pretende lançar candidato petista em pelo menos 12 capitais, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, além do Recife.

Desafios à frente

Bolsonaro também vive situação similar na capital paulista e pode ter que aceitar estratégias pragmáticas impostas pela direção do PL. Diante disso, Nunes negocia acolher um parceiro de chapa próximo a Bolsonaro para atrair o eleitorado de direita.

No Rio de Janeiro, a tendência é que o PT apoie o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), que fez forte oposição ao governo Bolsonaro e tenta atrair o partido de Lula para garantir os votos da esquerda. Bolsonaro, por sua vez, pretende lançar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que é muito próximo da família e foi chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante seu governo.

Em outras cidades, porém, o ex-presidente não deve conseguir impor suas vontades. “Para nós podermos crescer, temos de abrir mão. Então, por vezes eu engulo o candidato do Valdemar e, depois, ele engole um candidato meu”, afirmou Bolsonaro no fim de novembro.

Conclusão

As afirmações do ex-presidente evidenciaram as disputas em curso nos bastidores. Em João Pessoa, por exemplo, Bolsonaro conseguiu impor a candidatura do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, mas só depois de causar uma fratura interna na sigla, que tinha preferência por Cabo Gilberto ou Nilvan Ferreira.

Também há divergências no Recife. Bolsonaro defende a candidatura do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, mas o deputado André Ferreira (PL-PE) pretende disputar as eleições. A corrida eleitoral de 2024 promete ser acirrada e decisiva para os rumos do país. Os cidadãos aguardam atentos para saber como os líderes políticos conduzirão suas estratégias e alianças.


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