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Ricos são responsáveis por 16% das emissões de CO2 em 2019 sendo aquecimento global impulsionado por estilos de vida e indústrias poluentes.

Emissões de Dióxido de Carbono: Entenda o Impacto da Desigualdade no Aquecimento Global

A divulgação do relatório “Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%” pela Oxfam revela dados preocupantes sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) e sua relação com a desigualdade econômica global. Segundo o estudo, a parcela mais rica da população mundial, representando 1% (cerca de 77 milhões de pessoas), foi responsável por 16% das emissões totais do planeta em 2019. Esse número equivale à mesma quantidade emitida por 66% da população pobre global, formada por cerca de 5 bilhões de pessoas.

De acordo com a organização não governamental Oxfam, os mais ricos são os principais investidores em indústrias poluentes e estilos de vida que resultam em grandes emissões de CO2, impulsionando o aquecimento global. Além disso, estima-se que as emissões realizadas por essa parcela da população em 2019 serão suficientes para causar a morte de 1,3 milhão de pessoas relacionadas ao calor de 2020 a 2100.

A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, denunciou a situação, classificando como “inaceitável” o fato de que o 1% mais rico continue liderando o mundo em direção a um colapso planetário, enquanto a maioria da população sofre os impactos dessa realidade. Maia ressaltou que bilhões de pessoas estão sendo afetadas por enchentes, secas, perdas de território, aquecimento global e problemas de saúde.

Diante desse cenário desigual, a Oxfam defende a necessidade de medidas como tributação dos super-ricos, investimento em serviços públicos e cumprimento das metas climáticas. Segundo a organização, a arrecadação de US$ 6,4 trilhões por meio de um imposto de 60% sobre a renda do 1% mais rico do mundo poderia ser utilizada para enfrentar de maneira mais eficaz as mudanças climáticas e as desigualdades.

Além disso, a Oxfam recomenda a realização de uma transição rápida e justa para longe dos combustíveis fósseis, bem como uma nova dinâmica para o sistema econômico atual, desvinculada do crescimento econômico, extração e consumo excessivos a qualquer custo.

Essas constatações são fundamentais à luz da proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), em Dubai, programada para novembro e dezembro. A divulgação desses dados reforça a importância de ações concretas no combate ao aquecimento global, especialmente as que visam reduzir a desigualdade econômica e promover uma transição sustentável para longe dos combustíveis fósseis.

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