DestaqueUOL

Deputada estadual Lucinha, do Rio de Janeiro, afastada por suspeita de envolvimento com milícia na operação Batismo.




Deputada estadual Lucinha é afastada do cargo sob suspeita de envolvimento com milícia

Carioca criada na zona oeste do Rio de Janeiro, Lucinha é afastada do cargo de deputada estadual sob suspeita de envolvimento com milícia

A deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, conhecida como Lucinha (PSD), de 63 anos, foi afastada do cargo nesta segunda-feira, 18, sob suspeita de envolvimento com a milícia na operação Batismo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ). A parlamentar construiu a carreira política com base no voto dos bairros com a maior influência dos grupos paramilitares da capital fluminense – chegou ao posto de vereadora mais votada da cidade em 2008 com o apoio da base eleitoral sob influência territorial da milícia.

Lucinha possui uma forte influência política nos bairros da zona oeste do Rio desde os anos 1980. Ela iniciou sua carreira pública como ativista do Movimento Popular Organizado e, posteriormente, ingressou na política tradicional como uma das fundadoras do braço do Partido Democrático Brasileiro (PDT) no Rio.

Antes de se candidatar a um cargo eletivo, Lucinha foi diretora de Habitação da Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj) no início dos anos 1990. Sua liderança comunitária a levou à sua primeira eleição para a Câmara de Vereadores do Rio, em 1996.

Reeleita em 2000, presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou a Máfia do IPTU, demonstrando uma forte atuação na comissão de saúde. Já em 2004, foi reeleita como a segunda vereadora mais votada da cidade, com quase 70 mil votos, sendo 60 mil deles provenientes da Zona Oeste.

Com o cacife político adquirido na Câmara de Vereadores, Lucinha se elegeu em 2010 como deputada estadual, cargo que exercia atualmente. No entanto, seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi alvo de um mandado de busca e apreensão como parte da operação Batismo.

A operação Batismo, que investiga a suposta articulação política de Lucinha em benefício de uma milícia da Zona Oeste, resultou em seu afastamento do cargo por ordem do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). As investigações apontam que o nome da ofensiva da PF faz referência ao apelido pelo qual a deputada seria conhecida por lideranças da milícia: “Madrinha”.

Migration to PSD and kidnapping

Em 2022, Lucinha migrou para o Partido Social Democrático (PSD), onde estava filiada no momento de seu afastamento.

Além das recentes acusações de envolvimento com a milícia, a deputada foi sequestrada em outubro deste ano em um sítio na zona oeste do Rio. A parlamentar foi abordada por homens armados que estavam em fuga e a levaram no carro da Alerj para a comunidade Vila Kennedy. Lucinha foi encontrada em segurança pouco tempo depois do sequestro.

Operation Batismo

A operação Batismo cumpre oito mandados de busca e apreensão nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, na zona oeste do Rio. A ofensiva é um desdobramento da Operação Dinastia, deflagrada pela PF em agosto de 2022, que tem como alvo milícias da capital fluminense.

Em adição ao afastamento de Lucinha, a investigação da Operação Batismo mira também uma assessora da deputada. A PF aponta a participação ativa de ambas na milícia, “especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção”.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo