O espetáculo de Paul McCartney no Allianz Parque foi um verdadeiro marco na história da música. O estádio estava lotado, com os fãs empunhando suas lanternas de celulares, e uma tempestade persistente que acompanhou todo o show. Mesmo aos 81 anos, Paul McCartney mostrou uma energia surpreendente, tocando quase 40 músicas ao longo de duas horas e meia de apresentação.
Ao adquirir meu ingresso de última hora, no sábado de madrugada, durante uma viagem para Aparecida do Norte com a família, eu não tinha ideia de que iria presenciar esse momento histórico. Minha primeira experiência ao vivo com Paul McCartney ocorreu na turnê de 2010, quando eu tinha 19 anos e era apenas uma estagiária de jornalismo, lutando para conseguir pagar a passagem. Peguei emprestado um cartão de crédito para realizar o sonho de assistir ao show do ex-Beatle.
Relembrando aquela época, lembro-me de estar encharcada pela chuva, mas completamente absorvida pela música. No último domingo, ver a arquibancada do Estádio do Morumbi iluminada era a minha memória mais vívida daquela ocasião. O show terminou depois da meia-noite, e eu me vi enfrentando desafios para voltar para casa naquela noite chuvosa.
Agora, aos 32 anos, estava ali, pulando sob a chuva, sentindo uma conexão profunda com as músicas de Paul McCartney. Apesar das dificuldades para assistir ao show em 2010, o sentimento de completude e independência era ainda mais forte naquela noite chuvosa.
Durante o show, Paul McCartney tocou músicas que despertam memórias profundas, tanto em mim quanto em meu pai. Enquanto a chuva caía, me lembrei de momentos compartilhados com meu pai, embalados pelas canções de Paul McCartney. É fascinante como a música tem o poder de nos transportar a momentos e lugares específicos em nossa vida.
Mesmo sendo um dos maiores ícones da música mundial, Paul McCartney enfrentou momentos dolorosos em sua vida, como a perda de entes queridos. A canção “Let It Be” traz à tona lembranças de meu pai ao sentarmos juntos no rancho, desfrutando da música em uma atmosfera de serenidade.
Paul McCartney é admirado não apenas por suas conquistas, mas também pela maneira como lidou com perdas pessoais. Apesar das teorias da conspiração sobre sua morte, a verdade é que ele experimentou rupturas e lutos ao longo de sua jornada. O fim dos Beatles representou um período especialmente desafiador para o músico, que se isolou em sua fazenda na Escócia.
Após a morte de sua esposa Linda McCartney, Paul construiu uma carreira solo notável e encontrou maneiras de honrar o legado de sua amada dedicando-se a causas beneficentes. O poder das suas músicas vai além do entretenimento, pois elas expressam a jornada emocional e espiritual do próprio Paul McCartney.
Quando Paul McCartney evoca e homenageia seus entes queridos no palco, ele permite que o público faça o mesmo, criando uma experiência catártica para os fãs. Seja pela conexão única que suas músicas proporcionam ou pelas lições que sua vida ensina, Paul McCartney continua a inspirar gerações com sua arte e humanidade.
