Venezuela e Guiana assinam acordo de não agressão e mediação para resolver controvérsia fronteiriça

A declaração também estabelece que Guiana e Venezuela irão se abster de aumentar qualquer conflito ou desacordo entre elas, garantindo que qualquer incidente eventual será imediatamente levado à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), à Comunidade Caribenha (Caricom) e ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para que seja contido e revertido.
O diálogo entre Maduro e Ali aconteceu com a mediação de autoridades de vários países, incluindo o Brasil, representado pelo assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim. Essa mediação foi fundamental para estabelecer um ambiente de comunicação aberta e confiança entre as partes.
No comunicado conjunto, os dois países também se comprometeram com a boa vizinhança, a coexistência pacífica e a unidade latino-americana, mesmo divergindo em relação à legitimidade da Corte Internacional de Justiça (ICJ) como instância para decidir a controvérsia fronteiriça. Uma próxima reunião foi marcada para ser realizada no Brasil, no prazo de três meses.
Após o encontro, Maduro reforçou a importância do diálogo de respeito na América Latina e no Caribe, ressaltando a importância de buscar a viabilidade de soluções pacíficas para controvérsias internacionais.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, destacou a gratidão à sua equipe e aos líderes do Caricom, Celac, Brasil, representantes do Secretariado Geral das Nações Unidas e ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas por hospedar o encontro.
É importante destacar que no início do mês, a Venezuela realizou uma consulta popular que aprovou a incorporação de Essequibo, região disputada entre os dois países há mais de um século. Este acontecimento gerou tensões entre os países, levando o governo brasileiro a reforçar as tropas militares em Roraima, região de fronteira, e defender a resolução da controvérsia por meio de um diálogo mediado.
Essa reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana representa um passo significativo na resolução de uma questão histórica e geopolítica na América Latina, além de estabelecer um precedente para resolver controvérsias internacionais de maneira pacífica e construtiva.