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Prefeitura do Rio batalha por convencer a Caixa Econômica a vender terreno do Gasômetro para construção de estádio do Flamengo.




Artigo: A Transformação do Gasômetro do Rio

A Transformação do Gasômetro do Rio

No ano 2000, o Gasômetro do Rio ainda operava, mas a chegada do gás natural estava prestes a encerrar suas atividades. A administração municipal, liderada por Luiz Paulo Conde, iniciou um concurso de projetos denominado “O Modelo Europeu de Cidades”, promovido pela cidade de Santiago de Compostela (Espanha), visando o futuro do terreno de 119 mil m² que abrigava o Gasômetro.

Vinte e seis escritórios apresentaram propostas, sendo selecionadas três para a fase final. Destacam-se os projetos da arquiteta baiana Naia Alban e do arquiteto Washington Fajardo, que prezavam pela preservação das antigas torres de armazenamento, propondo novas funcionalidades como cinema, biblioteca, shopping e habitação. O projeto de Fajardo, inspirado no Patrimônio local, mantinha os edifícios em tijolos aparentes construídos pelos ingleses no início do século XX.

A reutilização de estruturas industriais para fins diversos tem se tornado cada vez mais comum. Em outros países, tambores de gás e silos de grãos têm sido convertidos em habitações e espaços culturais. No entanto, no Rio de Janeiro, a oportunidade de revitalização do Gasômetro foi perdida, com a demolição das torres e a permanência apenas dos edifícios em tijolinhos, uma chaminé e uma torre metálica.

Após o encerramento das operações da companhia de gás, a descontaminação do solo do terreno tornou-se necessária devido à exposição prolongada a produtos químicos. Parte do espaço foi destinado à construção do terminal do BRT Gentileza, originalmente planejado próximo à Central do Brasil.

Agora, a atual discussão envolve a possível construção de um estádio para o Clube Flamengo no local do antigo Gasômetro. O prefeito está empenhado em viabilizar o projeto, que enfrenta resistência da Caixa Econômica, proprietária do terreno, devido à discrepância entre a oferta do clube e o valor real do imóvel.

A articulação política para aprovação do estádio reflete a influência do Flamengo, envolvendo autoridades em Brasília, como Arthur Lira e Ciro Nogueira. A localização do estádio junto a um terminal de transportes pode ser estratégica, porém, levanta-se a questão se é a melhor opção para uma região valorizada por investimentos em mobilidade.

Estádios, frequentemente subutilizados, podem não ser a melhor destinação para um terreno urbano. Além disso, a construção do estádio pode impactar negativamente o patrimônio local e interferir na visibilidade de pontos históricos da região.

Portanto, a proposta de erguer um estádio no antigo Gasômetro do Rio suscita debates em torno do uso mais adequado do espaço, considerando as necessidades urbanas e culturais da região. O futuro do terreno permanece incerto, pendente da avaliação de interesses públicos e privados em jogo.


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