
Imprensa francesa homenageia Françoise Hardy
Durante cinco décadas, Françoise Hardy foi uma presença constante, permanecendo o símbolo de uma juventude passageira, de acordo com o jornal Le Monde. Sua voz indescritível, diáfana, contava sua melancolia e sua tristeza, destacando sua paixão pela astrologia, sua relação com o cantor francês Jacques Dutronc e a timidez que a levou a abandonar os palcos em 1969. O jornal ainda lembra que Hardy também foi compositora e deixou algumas obras-primas na música francesa.
Hardy encerrou sua carreira musical em 1988, mas voltou a retomá-la nos anos 2000, contando com o apoio de estrelas de sua geração. Em 2004, foi diagnosticada com um primeiro câncer, e nos anos seguintes enfrentou outros tipos da doença. Em 2021, em entrevista ao jornal Le Parisien, já com a saúde fragilizada, a cantora defendeu a eutanásia, lamentando a falta de humanismo na França para legalizá-la. “A morte afeta apenas o corpo. Ao morrer, o corpo libera a alma. Mas, de qualquer forma, a morte do corpo é uma prova considerável, e eu a temo, como todo mundo”, confessou à AFP em 2018.
Segundo o jornal Libération, Françoise Hardy descrevia sua existência como um “pesadelo” devido às consequências das inúmeras radioterapias que enfrentou, desde dificuldades respiratórias até a ausência de saliva, passando pela surdez parcial, tornando sua vida muito difícil.