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Inflação para famílias de baixa renda continua menor do que para as de alta renda, mostra pesquisa do Ipea

No mês de novembro, a inflação oficial para as famílias com renda mais baixa continuou a ser menor do que aquelas com renda mais alta, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira (13). Esse padrão se manteve nos últimos cinco meses, o que revela uma disparidade significativa no impacto inflacionário entre diferentes faixas de renda.

Segundo o Ipea, a inflação para famílias com renda muito baixa, baixa e média-baixa aumentou de 0,13% em outubro para 0,20% em novembro. Já para aqueles com renda média, o aumento foi de 0,22% para 0,23%. Enquanto isso, a inflação para famílias com renda média-alta permaneceu em 0,23%, e para aquelas com renda alta, houve um aumento de 0,55% para 0,58%.

O relatório do Ipea destaca que o aumento nos preços dos alimentos e bebidas foi o principal fator inflacionário para as classes de renda mais baixas em novembro. Produtos como arroz, feijão-preto, batata, cebola, carnes, aves e ovos registraram altas significativas, impactando diretamente o orçamento dessas famílias. Além disso, os gastos com habitação também pressionaram as famílias de renda mais baixa, devido ao aumento nas tarifas de energia elétrica.

Por outro lado, para as famílias de renda mais alta, o maior impacto inflacionário no mês veio da alta nos preços das passagens aéreas e nos planos de saúde. No acumulado de 12 meses, a inflação cresce de acordo com a faixa de renda, variando de 3,38% para as famílias de renda muito baixa a 6,09% para aqueles com renda alta.

É importante ressaltar que a inflação oficial é medida mensalmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Ipea utiliza os dados do IBGE para fazer a divisão da inflação por faixa de renda, fornecendo um panorama detalhado sobre o impacto dos aumentos de preços em diferentes estratos socioeconômicos.

Esses dados revelam a importância de se considerar as disparidades de renda ao analisar o impacto da inflação, uma vez que as famílias com renda mais baixa tendem a ser mais afetadas pelo aumento nos preços dos alimentos e despesas essenciais, enquanto as de renda mais alta enfrentam pressões inflacionárias em outros setores.

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