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Governo federal coordena, em documentário, retirada de invasores de Terra Indígena no Pará no Festival Brasil É Terra Indígena em Brasília

A megaoperação coordenada pelo governo federal, que resultou na retirada de ocupantes ilegais da Terra Indígena (TI) Alto Rio Guamá, no Pará, foi tema de um documentário exibido na tarde desta quinta-feira (14) no Festival Brasil É Terra Indígena, em Brasília.

O filme intitulado “Desintrusão na TI Alto Rio Guamá” foi produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

O documentário aborda o processo de reocupação de terras pelos povos do Alto Rio Guamá, no nordeste do Pará, neste ano. A obra conta o processo de negociação para a saída dos ocupantes ilegais com relatos de múltiplas vozes, entre indígenas, pequenos agricultores, desmatadores e agentes do Estado, como servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

De acordo com informações da Secom, a Terra Indígena Alto Rio Guamá foi reconhecida pelo Estado brasileiro em 1945, com homologação ocorrendo em 1993. O território é de usufruto exclusivo dos povos Tembé, Ka’apor e Timbira. No entanto, cerca de 1,5 mil invasores permaneceram na região até 2023.

A desintrusão da TI, que possui 280 mil hectares, atendeu a uma decisão da Justiça Federal, após pedido do Ministério Público Federal no Pará. A permanência de não indígenas na área demarcada representava uma ameaça à integridade dos povos originários, além de provocar uma série de danos ao meio ambiente, como a destruição de florestas.

A operação, coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, contou com a negociação envolvendo representantes de vários órgãos do governo federal. As famílias deixaram voluntariamente a TI e foram apoiadas com cestas básicas, transporte e cadastramento em programas sociais. A devolução da terra indígena aos povos originários aconteceu em maio.

“A terra já está regularizada, já está homologada, e nós então temos a caracterização de uma invasão mesmo da terra indígena. Então, é nosso dever retirar esses não indígenas de dentro, para que a gente possa garantir a posse plena pelos povos indígenas”, destacou a diretora de Proteção Territorial da Funai, Maria Janete Albuquerque de Carvalho, presente ao evento de lançamento do documentário.

A diretora do documentário, Lorena Veras, afirmou que os povos indígenas não podem ser tutelados, pois “falam por si”.

Para a secretária executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho, a importância do processo de retomada da TI é crucial para a sustentabilidade ambiental, para o combate à fome e à pobreza.

A secretária nacional de Direitos Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Eunice Kerexu, enfatizou a ideia de que todos os processos de desintrusão ocorram de forma simples e seguindo a lei, para que os povos indígenas possam ocupar o território de forma autônoma.

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