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Feira de Arte dos Povos Indígenas reúne 87 expositores de 60 etnias na capital federal em evento inédito do Festival Brasil é Terra Indígena.

Brasília, 13 de dezembro – Com a presença de oitenta e sete expositores indígenas, representantes de 60 etnias originárias de todos os biomas nacionais e de todas as grandes regiões do Brasil, está sendo realizada a inédita Feira de Arte dos Povos Indígenas. O evento faz parte do Festival Brasil é Terra Indígena, que ocorre nos dias 13 e 14 de dezembro, das 9h às 20h. A exposição está localizada no prédio anexo ao Museu Nacional Honestino Guimarães, próximo à Rodoviária do Plano Piloto.

As peças de artesanato indígena têm sido um dos grandes destaques da feira, com roupas produzidas pelo povo Yawanawá, esculturas dos Palikur, bancos de madeira com imagens de animais criados na aldeia Kaupuna no Alto Xingu, cestarias dos Baniwa e os trançados do povo Caingangue, entre outros itens. A artista visual indígena Daiara Tukano, moradora de Brasília, destacou a singularidade das peças, ressaltando que cada artefato possui sua maneira peculiar de produção, de acordo com a cultura de cada povo.

A feira tem sido uma oportunidade não só para conhecer o artesanato indígena, mas também para construir empatia e compreender as histórias por trás das peças. Para a terapeuta Isabela Curado Leme, a feira representa uma oportunidade única para conhecer e dar valor ao povo de origem do Brasil. A satisfação dos visitantes também é compartilhada pelos expositores, como Kulikyrda Mehinako, que viajou 24 horas de ônibus do norte do Mato Grosso para expor seu trabalho em Brasília.

Além disso, a feira é um exemplo de economia indígena sustentável, diversa e potencializável, segundo Adriana Ramos, secretária-executiva do Instituto Socioambiental (ISA). Ela ressaltou a importância do evento em conectar as pessoas com uma nova economia, associada aos conhecimentos e modos de vida indígenas.

O curador da feira, Marcelo Rosenbaum, destacou a importância do trabalho do artesão, afirmando que os artefatos carregam ancestralidade, conhecimentos e histórias, indo além de sua materialidade. “Um objeto feito em território indígena transcende a sua materialidade. Está carregado de informações. Não é apenas uma peça decorativa, traz a força da floresta”, resumiu Rosenbaum.

A Feira de Arte dos Povos indígenas em Brasília segue até o dia 14 de dezembro, possibilitando aos visitantes conhecer e valorizar o artesanato indígena e se conectar com a cultura e história dos povos originários do Brasil.

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