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Presidente em exercício da CBF garante que não haverá prejuízo para a entidade durante sua gestão temporária.

O futebol brasileiro tem passado por um período conturbado nos bastidores administrativos. O presidente licenciado do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) na semana passada. Como substituto, o TJ-RJ indicou José Perdiz de Jesus para assumir temporariamente o comando da entidade.

Perdiz de Jesus assegurou que sua gestão temporária não trará prejuízos à CBF. Em nota divulgada por ele, o presidente em exercício ressaltou seu compromisso com a transparência e com a continuidade das atividades da confederação. Ele afirmou que sua atuação será pautada pela independência e imparcialidade, em conformidade com os estatutos da CBF e da Fifa.

A decisão de afastar Ednaldo Rodrigues teve origem em uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público (MP) em 2017, questionando a regularidade das eleições realizadas pela CBF naquele ano. O MP alegou que a entidade descumpriu a Lei Pelé ao realizar uma assembleia para aprovar um novo estatuto sem a presença obrigatória dos representantes dos clubes da Série A. Além disso, o estatuto aprovado teria estabelecido critérios de valoração de votos que prejudicariam os clubes.

A situação se complicou ainda mais quando o então presidente eleito, Rogério Caboclo, foi suspenso do cargo em 2021 e definitivamente em 2022, devido a acusações de assédio sexual. O TJ-RJ suspendeu o processo que apurava a eleição de 2018 a pedido da CBF e do MP fluminense, após a intervenção do STJ na entidade.

A Fifa, entidade máxima do futebol mundial, tem acompanhado de perto a situação e solicitou esclarecimentos sobre a decisão do STJ. A instituição exige que as associações filiadas sejam administradas de forma independente e sem influência indevida de terceiros, sob pena de sanções.

A turbulência nos bastidores da CBF tem trazido instabilidade à entidade, levantando dúvidas sobre a condução da gestão esportiva no país. A transparência e a lisura na administração de uma das maiores potências do futebol mundial são fundamentais para manter o respeito e a reputação do esporte no Brasil e no exterior. A realização de uma nova eleição e a escolha de uma liderança comprometida com a ética e a legalidade são passos fundamentais para a recuperação da imagem da CBF e para a garantia de um ambiente saudável para o desenvolvimento do futebol brasileiro.

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