
Acordo histórico na COP28 em Dubai
Na manhã de hoje, os ministros presentes em Dubai aprovaram por unanimidade um documento que tem potencial para marcar o fim da era dos combustíveis fósseis. A sessão plenária, convocada pelo presidente da COP28, Sultan Al Jaber, testemunhou um acordo histórico que sinaliza para um alinhamento global de políticas e investimentos em direção à sustentabilidade ambiental. A Arábia Saudita, principal opositora da menção aos fósseis no documento, concordou com a proposta apresentada, segundo apuração da agência Bloomberg.
Apesar do consenso geral, algumas preocupações foram levantadas por representantes das ilhas insulares. Embora tenham reconhecido “melhoras” no documento, identificaram “preocupações” de que o texto “não traz o equilíbrio necessário para reforçar a ação mundial para corrigir a rota sobre as mudanças climáticas”.
Reações ao acordo
Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, expressou que este novo texto sinaliza o fim da era dos combustíveis fósseis e destaca a necessidade de alinhamento de políticas e investimentos nessa direção. Apesar de reconhecer pontos problemáticos, como a menção a combustíveis de transição para favorecer nações como Índia e China, Unterstell avaliou os pontos positivos como contrabalanceantes.
O documento indica que as próximas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) apresentadas pelos países na COP30 de Belém devem estar alinhadas com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século, conforme os níveis registrados antes da Revolução Industrial do Acordo de Paris.
O secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, destacou que o resultado da COP28 é forte nos sinais, mas fraco na substância. Ele ressaltou a necessidade de ação real por parte do governo brasileiro para liderar e lançar as bases para um acordo da COP30 que atenda às comunidades mais pobres e vulneráveis, bem como à natureza.