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Governo de Alagoas quer desapropriar área afetada pelo afundamento de solo causado pela Braskem e criar parque estadual.

O governo do estado de Alagoas está considerando a possibilidade de desapropriar toda a área da região metropolitana de Maceió afetada pelo afundamento de solo devido à extração de sal-gema por empresas privadas. O objetivo seria transformar essa área em um grande parque estadual. Segundo o governador Paulo Dantas, a proposta está em análise e tem como alvo a área que hoje pertence à empresa petroquímica Braskem. Dantas afirmou que a ideia é criar um parque estadual semelhante ao Parque do Ibirapuera em São Paulo.

A iniciativa foi discutida durante uma reunião em Maceió, que envolveu representantes do governo estadual, governo federal, prefeituras da região metropolitana, moradores e comerciantes dos bairros afetados pelo afundamento do solo. A reunião ocorreu um dia após o rompimento de uma das minas operadas pela Braskem. O governador afirmou que o afundamento do solo afetou mais de 250 mil pessoas e obrigou cerca de 40 mil pessoas a deixarem suas moradias e estabelecimentos comerciais em cinco bairros.

Paulo Dantas também propôs a inclusão de mais três bairros na área de atenção devido ao afundamento do solo. No entanto, a sugestão não foi bem recebida por representantes das vítimas. Alexandre de Moraes Sampaio, presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, criticou a ideia de desapropriar a área, afirmando que não foi consultado previamente sobre a proposta.

Por outro lado, a procuradora-geral do estado, Samya Suruagy do Amaral Pacheco, informou que o governo já ingressou com uma ação judicial para garantir aos donos de imóveis atingidos a manutenção da propriedade, mesmo que tenham assinado acordos com a empresa. Ela afirmou que a alternativa da desapropriação seria uma segunda opção, caso a Justiça não decida a favor das vítimas.

O deputado Rafael Brito endossou a fala da procuradora, afirmando que a Braskem não indenizou nenhuma família ou vítima até agora, apenas comprou os imóveis das pessoas. A empresa afirma ter pago R$ 4,4 bilhões em indenizações e realocado cerca de 40 mil pessoas.

A proposta de desapropriação da área ainda está em discussão, enfrentando oposição de representantes das vítimas e gerando um intenso debate sobre a responsabilidade da empresa. O desfecho desse processo ainda é incerto e sujeito a decisões judiciais que devem levar em conta os interesses da população afetada pela situação.

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