
Governador de Alagoas determina desapropriação de área no entorno da mina 18 da Braskem em Maceió
O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), anunciou a decisão de desapropriar imediatamente toda a área no entorno da mina 18 da Braskem, localizada em Maceió. A medida tem como objetivo garantir que os ex-moradores atingidos pelo desastre recebam valores proporcionais pelos imóveis afetados. Dantas afirmou, em pronunciamento no Instagram, que a intenção é fazer a empresa Braskem pagar por todo o mal feito ao povo.
A Braskem, por sua vez, declarou estar atenta a todos os desdobramentos e solidária à população impactada. A decisão de desapropriação visa promover a segurança e proteção dos cidadãos afetados pelo desabamento da mina.
Além disso, o governador afirmou que a área esvaziada deverá ser utilizada para a criação de um grande parque estadual, como forma de homenagear a memória de todos que construíram suas vidas na região.
O desabamento do teto da mina ocorreu por volta das 13h15 deste domingo, após semanas de monitoramento devido a abalos sísmicos e afundamento. A área afetada, localizada no bairro do Mutange, já havia sido desocupada, o que evitou a ocorrência de vítimas.
A mina 18 era utilizada pela Braskem na exploração de sal-gema, mas as operações foram interrompidas em 2019, após os primeiros sinais de afundamento do solo. Desde então, a empresa vem trabalhando para preencher as cavidades das 35 minas existentes no local.
A velocidade de afundamento da mina 18 aumentou no último sábado, alcançando 0,54 cm/h, de acordo com boletim emitido pela Defesa Civil. Em virtude da gravidade da situação, o município está em estado de emergência por 180 dias, conforme determinação do prefeito de Maceió, JHC (PL), desde o dia 29 de novembro.
O professor de engenharia civil na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Abel Galindo, foi o primeiro a alertar sobre a possibilidade de desabamento de uma das minas escavadas pela Braskem em Maceió, e sua previsão se concretizou no domingo. Em entrevista à Folha, Galindo ressaltou a importância de conduzir um estudo amplo para medir os impactos na região.
Agora, equipes apoiadas pelo poder público estão realizando voos sobre o local e planejando expedições a barco para avaliar os danos causados pelo desabamento da mina 18.