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Exposição da fotógrafa palestina Ahlam Shibli na 35ª Bienal de Arte de São Paulo encerra neste domingo

A fotógrafa palestina Ahlam Shibli traz para a 35ª Bienal de Arte de São Paulo uma obra que chama a atenção para a preservação da memória daqueles que morreram lutando pela Palestina. Com o trabalho intitulado “Death” (Morte), Shibli apresenta uma série de 68 fotografias que retratam a forma como a memória dos “mártires” é preservada, em diferentes locais e situações, na região de Nablus, ao norte da Cisjordânia.

As imagens revelam a presença desses combatentes em espaços diversos, desde lápides de cemitérios até porta-retratos na sala de estar das famílias. Algumas fotos mostram os jovens segurando armamentos, enquanto em outras não há nenhum sinal de conflito aparente. Além disso, Shibli também retrata os encarcerados através de imagens das cartas enviadas da prisão, muitas vezes decoradas com flores e corações.

Ahlam Shibli, nascida em 1970 na Palestina, é conhecida por seu trabalho estético e documental desde a década de 1990, abordando temas relacionados ao conflito e à resistência em seu país, assim como questões relacionadas aos imigrantes na Alemanha e aos traumas coloniais da França.

Em uma entrevista à Agência Brasil, a artista expressou seu choque com os desdobramentos do conflito entre Israel e Palestina, especialmente em relação aos ataques a hospitais. A recente escalada do conflito resultou em mais de 16 mil vítimas em Gaza e mais de 1,2 mil vítimas israelenses. A OMS registrou 236 ataques aos serviços de saúde na Cisjordânia desde o início de outubro, evidenciando a gravidade e a dimensão do conflito na região.

A série de fotografias de Ahlam Shibli é um convite à reflexão sobre o impacto e a permanência da memória dos que lutaram pela Palestina, em meio a um contexto de conflito contínuo na região. A exposição faz parte da programação da Bienal de Arte de São Paulo, que se encerra no próximo domingo, e tem entrada gratuita para o público.

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