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Medo de novas variantes ainda assombra parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto, revela pesquisa nacional.

Medo da covid-19 persiste em brasileiros com esquema vacinal incompleto

Um levantamento realizado com 1.840 adultos brasileiros, entre 18 e 59 anos de idade, que receberam até três doses das vacinas contra a covid-19, revelou que grande parte deles ainda tem medo associado à doença. Segundo a pesquisa “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”, o principal medo manifestado pelos entrevistados é o surgimento de novas variantes do vírus, com 48% das respostas.

O medo é mais acentuado entre as mulheres, com 28% de manifestações, e nos mais jovens, entre 18 e 24 anos, com o mesmo percentual de medo. Por outro lado, o menor percentual de medo foi registrado entre os mais velhos, de 45 a 59 anos, com 19% das respostas, e no Rio de Janeiro, com apenas 15%.

O levantamento de âmbito nacional, realizado em 106 cidades, contou com participantes de estados como Pará, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal. Coordenada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer, a pesquisa incluiu pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal contra a covid-19, ou seja, que não tomaram todas as doses recomendadas para sua faixa etária. Além disso, os resultados contemplam dois subgrupos na amostra: pessoas com filhos e pessoas sem filhos, buscando diferentes percepções sobre a vacinação de adultos e crianças.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, destacou que a preocupação em relação às variantes do SARS-CoV2 é legítima, pois o vírus tem o potencial de sofrer mutações com alta frequência, especialmente quando é transmitido de uma pessoa para outra. Essas mutações dão origem a novas variantes do vírus, algumas das quais se disseminam mais rapidamente, o que pode levar ao aumento de casos e complicações ligadas à doença. Naime Barbosa ressaltou que essa situação é preocupante, especialmente em períodos de aglomeração de pessoas, como as festividades de fim de ano.

A importância da vacinação contra a covid-19 também foi ressaltada na pesquisa. Mesmo as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal acreditam que as vacinas são importantes para proteger os adultos (86%) e as crianças (82%), além de considerarem que as vacinas são seguras para ambos os grupos. A confiança na eficácia ou segurança das vacinas aparece em quarto lugar entre os fatores que levariam as pessoas a completar o esquema vacinal, juntamente com a dificuldade de acesso. Por outro lado, 20% garantem que nada os levaria a completar o esquema vacinal. Esse grupo é composto, em sua maioria, por pessoas menos instruídas, de menor renda familiar e do sexo masculino.

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