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Travesti processa deputado por transfobia e afirma: ‘Se não aprendeu em casa, aprenderá na Justiça’






Artigo sobre Condenação de Nikolas Ferreira

“Estou aguardando o pix na minha conta”, disse Salabert. “Se não aprendeu em casa, na escola ou na igreja, aprenderá na Justiça a respeitar as travestis”, escreveu a parlamentar nas redes sociais. Procurada pelo UOL, ela também afirmou que o endosso à condenação em primeira instância é um “marco histórico”.

“É uma decisão que ratifica o que já é pacificado no STF, de que transfobia é crime no Brasil. Nesse sentido, a Justiça brasileira deixa claro que não serão tolerados episódios de desrespeito às identidades de pessoas travestis e transexuais”, afirmou a deputada federal.

O UOL também entrou em contato com Nikolas Ferreira. Em caso de manifestação, esse texto será atualizado.

Nikolas chamou Salabert de ‘ele’

“Eu ainda irei chamá-la de ‘ele’. Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é”, afirmou o deputado em entrevista no fim de 2020. À época, ele e Salabert ainda eram vereadores em Belo Horizonte.

No processo, consta que o parlamentar “repercutiu a matéria em suas redes sociais Twitter e Instagram, insistindo na ofensa e utilizando tom jocoso em suas publicações”.


A deputada federal Duda Salabert, conhecida por seu ativismo em prol dos direitos da comunidade LGBTQIA+, se manifestou sobre a condenação em primeira instância do deputado estadual Nikolas Ferreira por transfobia. Em declarações nas redes sociais, Salabert afirmou: “Estou aguardando o pix na minha conta. Se não aprendeu em casa, na escola ou na igreja, aprenderá na Justiça a respeitar as travestis”. Além disso, ela destacou que o endosso à condenação é um “marco histórico”.

A parlamentar também ressaltou que a decisão judicial ratifica o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a transfobia é crime no Brasil. Segundo Salabert, a Justiça brasileira deixa claro que não serão tolerados episódios de desrespeito às identidades de pessoas travestis e transexuais.

O UOL entrou em contato com Nikolas Ferreira para obter uma manifestação do deputado, mas até o momento da publicação deste artigo não houve resposta. O caso ainda é passível de recursos e novos desdobramentos podem surgir nos próximos dias.

Vale ressaltar que essa condenação tem origem em uma declaração feita pelo deputado em 2020, quando ele ainda ocupava o cargo de vereador em Belo Horizonte. Na ocasião, Nikolas chamou Salabert de “ele” e reafirmou seu entendimento de que ela é homem, contrariando a identidade de gênero autoafirmada pela parlamentar.

Segundo o processo, o parlamentar repercutiu a matéria em suas redes sociais, insistindo na ofensa e utilizando tom jocoso em suas publicações. A condenação em primeira instância representa um marco no combate à transfobia e pode sinalizar uma mudança de paradigma na forma como casos semelhantes serão tratados pela Justiça brasileira. Este é um tema que continuará a gerar discussões e debates acalorados, tanto no âmbito jurídico quanto no campo das lutas por direitos e representatividade. Acompanharemos atentamente os desdobramentos desse caso.

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