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Envenenamento do Processo: Poluidores influenciam negociações climáticas da ONU na COP dos fósseis, denunciam parlamentares e ativistas.




Envenenamento do processo

Envenenamento do processo

Na luta pela sobrevivência, Joseph Sikulu, diretor da região do Pacífico da ONG internacional 350.org, expressou sua preocupação com o envenenamento do processo nas negociações climáticas da ONU. Em suas palavras: “Que chances temos, se nossas vozes forem sufocadas pela influência dos grandes poluidores? Este envenenamento do processo tem que parar. Não permitiremos que o petróleo e o gás pesem tanto no futuro do Pacífico”.

E em maio de 2023, 130 parlamentares americanos e europeus enviaram uma carta a líderes globais, como o presidente americano Joe Biden e o secretário-geral da ONU António Guterres, manifestando indignação com a presença massiva de representantes da indústria poluente nas negociações.

O texto da carta destacou a preocupação de que a influência desses representantes possa abrandar as ações climáticas. Além disso, os parlamentares solicitaram a demissão do presidente da COP28, o sultão Al-Jaber, da direção da petrolífera Adnoc, a fim de evitar qualquer conflito de interesses.

Dias antes da COP28, uma investigação jornalística trouxe à tona a alegação de que Al-Jaber teria utilizado sua posição como organizador da conferência para garantir contratos de petróleo e gás.

COP dos fósseis

A COP28, realizada em um país produtor de petróleo, recebeu críticas por seus planos de continuar com novos projetos de extração, indo de encontro às recomendações científicas. Este cenário levou à designação da conferência como a “COP dos combustíveis fósseis” por parte de ONGs preocupadas com o impacto ambiental.

No entanto, há vozes que defendem a presença dos principais atores na questão do petróleo para discutir a transição energética e o fim do uso de combustíveis fósseis. Por outro lado, a campanha Kick Big Polluters Out busca excluir pessoas associadas aos interesses petrolíferos das COPs, gerando debates sobre a participação desses atores.

De acordo com um relatório da ONU publicado em 29 de novembro, as emissões de gases do efeito estufa atingiram um recorde de 57,4 bilhões de toneladas de CO2 em 2022, um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior, com 90% dessas emissões atribuídas ao consumo de combustíveis fósseis.

O Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) alerta para a necessidade de limitar os combustíveis fósseis em 43% até 2030 para diminuir o aquecimento global e evitar seus impactos catastróficos sobre a humanidade.


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