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Tensão entre Venezuela e Guiana: plebiscito decide transformar Essequibo em estado venezuelano. Posição contrária da França complica acordo de livre comércio Mercosul-UE.

O plebiscito ocorrido no último domingo (3) marcou a decisão pela transformação do território de Essequibo, que atualmente pertence à Guiana, em um estado venezuelano. A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixadora Gisela Padovan, afirmou que esse assunto é considerado como interno da Venezuela. A declaração foi feita na manhã desta segunda-feira (4) durante a abertura da Cúpula Social do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

De acordo com Padovan, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) tomou uma decisão na última sexta-feira (1º) determinando que a Venezuela se abstivesse de qualquer ação com a intenção de anexar parte do território da Guiana. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano relatou que 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, com 95,93% votando a favor da incorporação oficial de Essequibo ao mapa do país e concedendo cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem na região.

Em relação ao diálogo entre Brasil, Venezuela e Guiana, a embaixadora informou que o Brasil mantém um diálogo em alto nível com os dois países e espera que uma solução pacífica seja encontrada. Ela também ressaltou que o fato de a Venezuela estar suspensa do Mercosul não dificulta as conversas no sentido de articular uma solução.

Em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, a embaixadora destacou que não está surpresa com a posição contrária da França representada pelo presidente Emmanuel Macron. Macron chamou o acordo de “incoerente”, “mal remendado” e “antiquado”. Ela ressaltou que as negociações avançam, apesar das dificuldades, e que existe vontade política para concretizar o acordo.

Outro assunto abordado foi a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma visita de três dias à Alemanha, onde deve reforçar acordos em diversos setores e se reunir com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz. Além disso, o vice-presidente da representação brasileira no Parlasul, o Parlamento do Mercosul, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), fez críticas às objeções da União Europeia em relação ao acordo de livre comércio, defendendo a preferência para as empresas nacionais nas compras governamentais.

Assim, a situação entre Venezuela, Guiana, Mercosul e União Europeia continua gerando debates e reflexões sobre possíveis desdobramentos e soluções para os impasses existentes.

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