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Estudo Brasileiro Revela Dimensão das Sequelas Pós-Covid
Um estudo brasileiro divulgado nesta segunda-feira (4) na revista científica Cadernos de Saúde Pública expôs a extensão das sequelas pós-Covid a partir de uma amostra de infectados no Rio Grande do Sul.
Segundo o artigo, cerca de 77,4% das pessoas diagnosticadas com Covid desenvolveram sintomas com duração de três meses ou mais, revelando a persistência das consequências da doença.
O estudo também destacou que a prevalência de sintomas foi até 23% maior em pessoas não vacinadas e até 8% maior em indivíduos vacinados com uma ou duas doses, quando comparados com aqueles com esquema vacinal completo. Além disso, mulheres, pessoas obesas e portadores de doenças crônicas apresentaram maior risco de desenvolver sintomas tardios.
Os dados analisados foram provenientes de uma amostra de 1.001 participantes do Rio Grande do Sul com resultado positivo para Sars-CoV-2. O estudo, conduzido por pesquisadores de instituições nacionais de pesquisa, incluiu uma análise das primeiras ondas da pandemia, bem como um novo levantamento durante a quarta “onda” de infecção, que ocorreu no início do inverno de 2022 com a disseminação das novas variantes da ômicron, como a BA.2 e BA.4.
Os principais sintomas registrados pelos participantes incluíram fadiga, complicações neurológicas, dor de cabeça, queda de cabelo e perda de paladar e olfato. Além disso, o estudo ressaltou que a renda mensal familiar igual ou inferior a um salário mínimo foi associada a um risco elevado para desenvolver sintomas tardios da Covid.
O primeiro autor do estudo, Natan Feter, explicou que a pandemia tem efeitos indiretos, incluindo a Covid longa, e ressaltou a importância de ações mais direcionadas para falar e conscientizar sobre as sequelas pós-Covid na população.
Considerando a alta carga de casos da doença no país, o estudo conclui que é essencial priorizar estratégias para reduzir a incidência da Covid longa, já que os sintomas persistentes podem levar à queda de produtividade e uma maior busca por atendimento médico. Além disso, o estudo alertou para a necessidade de não normalizar os sintomas pós-Covid e enfatizou a importância de conscientizar a população sobre as possíveis long-term consequences of the disease.