Eleitores venezuelanos aprovam incorporação de Essequibo ao mapa do país em referendo histórico
O referendo nacional consistiu em cinco perguntas, todas as quais receberam uma ampla margem de aprovação. A primeira pergunta, que questionava se os eleitores rejeitavam, por todos os meios legais, a atual fronteira entre os dois países, obteve 97,83% de aprovação. A segunda pergunta, sobre se reconheciam o Acordo de Genebra de 1966 como o único instrumento para resolver a controvérsia, recebeu apoio de 98,11%. A terceira pergunta, sobre o não reconhecimento da jurisdição da Corte Internacional de Justiça, em Haia, como definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver a questão, teve uma aprovação menor, com 95,4%. Na quarta pergunta, que questionava se os eleitores se opunham, por todos os meios legais, ao uso dos recursos do mar pela Guiana enquanto a questão da fronteira não fosse definitivamente resolvida, o “sim” obteve 95,94% de apoio.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, comemorou os resultados nas redes sociais, descrevendo a votação como uma “grande jornada eleitoral histórica de consulta, que coroa uma vitória esplendorosa com cinco respostas contundentes do povo nobre que reafirma que a Guiana Essequiba é da Venezuela”.
No entanto, a Guiana rejeitou o referendo, chamando-o de “provocativo, ilegal, inválido e sem efeito legal internacional”. O país afirma não ter dúvidas sobre a validade do Laudo Arbitral de 1899, que estabeleceu a fronteira atual entre os dois países.
As reações internacionais em relação ao referendo serão fundamentais para determinar o futuro da disputa territorial entre Venezuela e Guiana. Os desdobramentos políticos e diplomáticos dessa decisão histórica prometem ser acompanhados de perto por outros países da região e pela comunidade internacional.