Prefeitura de Maceió declara estado de emergência devido ao risco de colapso em mina da Braskem
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A Defesa Civil de Maceió vem monitorando o risco de colapso em uma das 35 minas de responsabilidade da Braskem, detectado devido ao avanço no afundamento do solo. A petroquímica confirma a possibilidade de um grande desabamento na área, alertando que isso geraria um tremor de terra e teria potencial para abrir uma cratera maior que o estádio do Maracanã.
No entanto, a situação ainda é incerta, e o governo federal também está acompanhando o caso. O sal-gema, encontrado em jazidas subterrâneas formadas há milhares de anos a partir da evaporação de porções do oceano, é comercializado para uso na cozinha, mas também é uma matéria-prima versátil para a indústria química.
Na exploração em Maceió, a Braskem se tornou a maior produtora de PVC do continente americano e também é utilizada na produção de outras indústrias, como a de celulose e de vidro. A exploração é fiscalizada pela Agência Nacional de Mineração e, no mercado internacional, o Brasil é um ator relevante.
No entanto, em Maceió, a exploração das minas teve início em 1976 e, desde então, a situação vem se agravando. Os afundamentos nos cinco bairros em 2018 levaram a Braskem a anunciar o fim da exploração das minas em maio de 2019. A petroquímica afirma ter pago R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes dos bairros afetados, mas muitos buscam reparação através de processos judiciais.
A situação em Maceió é um reflexo dos desafios enfrentados na exploração de minas e na responsabilidade ambiental das empresas. A Braskem, controlada pelo Grupo Novonor e pela Petrobras, enfrenta uma crise que coloca em risco a vida de milhares de moradores e expõe as consequências da exploração irresponsável.
Os desastres causados pelos afundamentos ressaltam a importância do controle ambiental e da responsabilidade corporativa, destacando a necessidade de medidas preventivas e compensatórias para proteger as comunidades afetadas pela atividade industrial. O caso em Maceió continua a ser discutido em processos judiciais e em ações movidas pelo Ministério Público Federal, sendo um exemplo das consequências negativas da exploração mineral descontrolada e desregulamentada.