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Lula critica protecionismo europeu e defende acordo comercial com Mercosul em visita à Europa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à União Europeia neste domingo (3), afirmando que, caso não haja um acordo comercial entre o Mercosul e a UE, a responsabilidade será do protecionismo dos europeus, e não da falta de vontade dos sul-americanos.

Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, no sábado (2), na tentativa de avançar com as negociações do acordo. Macron, no entanto, é contra o acordo Mercosul-UE, alegando que é “incoerente” e “mal remendado”, e não leva em conta a biodiversidade e o clima. Além disso, acusou o acordo de ser antiquado e acabar com tarifas.

Em resposta às críticas feitas pelo presidente francês, Lula acusou a França de ser protecionista em relação aos interesses agrícolas do país. O presidente brasileiro também defendeu alterações em pontos do acordo de livre comércio relacionados a licitações de compras governamentais, afirmando que é uma política indutora do desenvolvimento da indústria nacional e uma oportunidade para pequenas e médias empresas.

Lula ressaltou que a falta de acordo entre Mercosul e UE não será por falta de vontade dos sul-americanos, mas sim por conta do protecionismo dos países ricos, que, segundo ele, não querem fazer concessões e buscam apenas vantagens para si.

O acordo Mercosul-UE foi aprovado em 2019 após 20 anos de negociações e envolve 31 países. No entanto, precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. O acordo abrange temas tarifários e de natureza regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, e propriedade intelectual.

O presidente Lula afirmou que, caso não haja um acordo, a culpa será claramente dos países ricos, mas ressaltou que o Brasil não fará um acordo para tomar prejuízo. Ele também enfatizou a independência do Brasil em relação aos países ricos e a importância de ser tratado com respeito como um país independente.

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