Walt ressalta que, apesar de sua inteligência formidável e sua enorme influência, Kissinger não teve um papel significativo como acadêmico, e suas contribuições teóricas não são consideradas clássicas ou amplamente discutidas atualmente. Além disso, Matias Spektor, outro professor de relações internacionais da FGV, concorda com Walt e enfatiza que Kissinger vendeu milhões de livros, mas sua prática da diplomacia foi controversa e alvo de críticas ferozes, tanto no mundo acadêmico quanto no âmbito político.
No entanto, mesmo com todas as ressalvas, ambos os professores concordam que o nome de Kissinger continua sendo fundamental na bibliografia de relações internacionais, e que sua tradição realista não pode ser ignorada. O professor David Magalhães, da PUC-SP e da Faap, destaca a importância de separar o autor do ator, considerando crucial que, mesmo discordando de suas premissas, é preciso conhecer Kissinger para questioná-lo. Ele afirma que Kissinger é um autor de grande relevância, e sua visão das relações internacionais é essencial para os estudantes que desejam entender a teoria do realismo.
Por fim, as polêmicas da carreira de Kissinger, suas controvérsias políticas e sua visão prática da diplomacia sempre levantaram debates acalorados, principalmente no que diz respeito à relação das grandes potências e à abordagem realista das relações internacionais. Mesmo assim, seu nome continua a aparecer nas principais disciplinas introdutórias em universidades e é considerado crucial para o entendimento da teoria das relações internacionais. A obra de Kissinger, apesar de suas limitações, continua sendo uma leitura indispensável para estudantes e acadêmicos na área de relações internacionais.
