Jarimar Finor, de 30 anos, decidiu migrar com seu marido e seus dois filhos. Natural de Maracaibo, no noroeste venezuelano, ela agora trabalha em uma lanchonete venezuelana ao lado de sua compatriota. Em uma entrevista, Jarimar expressou sua insatisfação com o processo eleitoral em seu país de origem, destacando que o maior problema enfrentado pela Venezuela é o aspecto econômico.
“Somos milhões de refugiados e seremos ainda mais. O governo acabou com a economia. Não me importa o que falam sobre Maduro ser um ditador, as pessoas querem ter emprego, poder comprar suas coisas, ter liberdade para empreender. Esse é o problema de Maduro. Ele quer que tudo fique nas mãos do Estado e não nos permite progredir”, afirmou Jarimar.
Tanto Jarimar quanto Andreina escolheram o Chile como destino devido à economia mais estável do país em comparação com outros da região. Mesmo sendo um dos países mais caros da América do Sul, elas conseguem trabalhar e desfrutar de uma melhor qualidade de vida do que tinham na Venezuela. “Consigo me sustentar aqui e ainda enviar dinheiro para minha família lá”, disse Andreina, que migrou com alguns parentes, mantendo seus pais na terra natal.
“Boric deveria ajudar os refugiados”
Segundo o cientista social chileno, Diego Velásquez, o presidente chileno tem sido criticado por governar através do Twitter. “Até dentro da esquerda, Boric está sendo questionado sobre sua postura em relação à Venezuela. Em vez de apenas discursar no Twitter, por que ele não facilita o processo de residência dos refugiados? Tramitar os documentos deles seria muito mais útil”, avaliou o especialista.
O governo chileno estava preparado para possíveis protestos durante a visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente Gabriel Boric. Por esse motivo, a segurança no prédio da embaixada venezuelana foi reforçada ao longo da semana.
