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Governo federal autoriza situação de emergência em Maceió devido ao afundamento de mina da Braskem

O governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió pelos danos causados em razão do afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União ainda hoje. A preocupação dos órgãos de Defesa Civil é que a estrutura entre em colapso a qualquer momento.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) declarou que está acompanhando a situação na capital alagoana, que sofreu, nos últimos dias, abalos sísmicos causados por atividades de mineração da Braskem.

O ministro Waldez Góes participou de uma reunião nesta sexta-feira com a equipe da Defesa Civil Nacional, que está no local, para apresentar as informações levantadas e traçar uma estratégia em parceria com as defesas civis estadual e municipal para socorrer a população afetada.

“A Defesa Civil Nacional e o Gade (Grupo de Apoio a Desastres) já monitoram a situação do lugar há muito tempo. Por determinação do presidente Lula e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, estamos com todo o nosso aparato de prontidão para auxiliar Alagoas em caso de necessidade”, informou Waldez Góes. “Iremos reconhecer ainda nesta sexta-feira a situação de emergência na cidade de Maceió e também repassaremos os recursos necessários para apoio à população”, destacou o ministro.

A situação é mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram abalos sísmicos devido à movimentação da cavidade de uma das minas da Braskem. Ontem a prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso da mina 18, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A Defesa Civil de Maceió informou que a última medição apontou que a movimentação vertical acumulada na área é de 1,42 metro e a velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora.

A Braskem disse que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira. A empresa ressalta que a região está desabitada desde 2020.

Ainda de acordo com a Braskem, os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá ocorrer de forma gradual até a estabilização ou de maneira abrupta.

Dentro das 35 cavidades exploradas pela empresa, nove receberam a recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM) de preenchimento com areia. Dessas, cinco tiveram o preenchimento concluído, em outras três os trabalhos estão em andamento e uma já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia. Além dessas, em outras cinco cavidades, foi confirmado o status de autopreenchimento.

“As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que – em sete delas – o trabalho já foi concluído. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo”, finalizou informe da Braskem.

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