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Amazônia registra taxa de mortes violentas intencionais 45% superior à média nacional em 2022, aponta relatório do FBSP e Instituto Mãe Crioula.

A Amazônia Legal tem sido palco de um aumento alarmante nos índices de violência e crimes diversos nos últimos anos. Um relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto Mãe Crioula revelou que a taxa média de mortes violentas intencionais na região da Amazônia foi 45% superior à média nacional no ano de 2022. Os dados foram compilados com base em números das secretarias estaduais de Segurança Pública e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo apontou que todos os crimes comparados tiveram resultados piores para a região amazônica, incluindo homicídios, feminicídios, homicídios contra indígenas, estupros e registros de armas. Por exemplo, a taxa de feminicídio nos municípios amazônicos foi de 1,8 por 100 mil mulheres, enquanto a média nacional foi de 1,4. Já a taxa de mortes violentas intencionais de mulheres na região foi de 5,2 por 100 mil, 34% superior à média nacional.

Um dos principais fatores que contribuem para o aumento da violência na região Amazônica é a presença de facções do crime organizado, que se instalaram na região para controlar o tráfico de drogas. O relatório identificou pelo menos 22 facções presentes em todos os estados amazônicos. Além disso, a expansão e consolidação das facções criminosas na região está diretamente ligado às dinâmicas de funcionamento do sistema prisional, que registrou um crescimento de 67,3% na taxa de pessoas privadas de liberdade nos últimos dez anos.

Além da violência causada pelo crime organizado, a região da Amazônia também enfrenta uma série de crimes ambientais, incluindo desmatamento, comércio ilegal de madeira e exploração de ouro. O relatório apontou que o estímulo por parte do governo federal, juntamente com o aumento do preço do ouro e a diminuição das fiscalizações ambientais durante a pandemia de COVID-19, contribuíram para o que pode ser considerado uma “nova corrida do ouro” na região da Amazônia Legal.

Com o aumento da exploração do ouro, houve também um crescimento expressivo na arrecadação de impostos relacionados à extração mineral na região. Isso indica não apenas um aumento na produção de ouro, mas também um uso ilegal de permissões de lavra garimpeira para esquentar o ouro extraído ilegalmente em territórios totalmente protegidos.

Diante desse cenário, é urgente que medidas efetivas sejam tomadas para combater a violência e os crimes ambientais na região, visando garantir a segurança e preservação do ecossistema da Amazônia.

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