
Direitos Autorais das Mulheres na Indústria da Música
No último ano, o Ecad distribuiu um total de R$ 65 milhões em direitos autorais de execução pública para mulheres, incluindo artistas como Rafaela Miranda, Isabella Resende e Lari Ferreira. Essas talentosas autoras contribuíram com músicas de sucesso, como “Beijo de Glicose” e “A Culpa é Nossa”, reproduzidas por renomados artistas do cenário musical brasileiro.
Em 2023, mais de 29 mil mulheres foram beneficiadas com pagamentos de direitos autorais, representando apenas 10% do total de contemplados. No mesmo ano, a distribuição total alcançou R$ 1,3 bilhão, sendo que 95% dos valores destinados a pessoas físicas foram recebidos por homens.
Esses avanços e conquistas são frutos do trabalho pioneiro de Chiquinha Gonzaga, a primeira mulher no Brasil a defender os direitos autorais no universo musical. Se hoje as mulheres receberam significativas quantias em direitos autorais, é graças a essa luta em prol da remuneração justa para os autores.
A contribuição das mulheres à indústria da música ao longo dos anos tem sido inestimável, moldando e influenciando de forma significativa o mercado. Nomes como Chiquinha Gonzaga, Emilinha Borba, Elis Regina, Elza Soares e Marília Mendonça deixaram marcas indeléveis em suas respectivas gerações e estilos musicais.
Atualmente, artistas como Marisa Monte e Giulia Be continuam a influenciar o mercado, não apenas artisticamente, mas também participando ativamente de discussões relevantes, como a impacto da inteligência artificial nos direitos autorais, conforme abordado em evento da OMPI em Genebra.
No entanto, a representatividade feminina ainda é limitada na indústria musical e em outros setores, com homens predominando nas decisões e cargos de poder. Embora haja lideranças femininas exemplares, como Leila Oliveira, Cris Garcia Falcão e Roberta Medina, a presença feminina em posições de destaque ainda é exceção. Eventos como o Women’s Music Event são cruciais para promover a igualdade de oportunidades e incentivar a diversidade no mercado musical.
A diversidade de vozes e perspectivas enriquece a produção musical, e é dever de todos os envolvidos na indústria promover um ambiente inclusivo, onde as mulheres possam prosperar e contribuir plenamente com seu talento e criatividade. A busca pela equidade de gênero é fundamental para a evolução e a representatividade no cenário musical brasileiro e mundial.