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Morre o especialista brasileiro em história da África, Alberto da Costa e Silva, aos 92 anos




Notícia – Falecimento de Alberto da Costa e Silva

Morre Alberto da Costa e Silva, historiador que lutou pela valorização da história da África

O Brasil perdeu neste domingo (26) um de seus maiores especialistas em história africana. O historiador, poeta e diplomata, Alberto da Costa e Silva, faleceu aos 92 anos. Costa e Silva era reconhecido por suas contribuições para o entendimento da história da África e sua influência na formação do Brasil. Ele ocupou a cadeira de número nove da Academia Brasileira de Letras (ABL) e realizou trabalhos importantes para a valorização das raízes africanas no país.

A morte de Alberto da Costa e Silva foi confirmada pela ABL, que informou que o falecimento foi por causas naturais. O historiador deixa três filhos, sete netos e uma bisneta. A cerimônia de cremação acontecerá na segunda-feira (27) e será restrita a familiares.

A trajetória de Costa e Silva foi marcada por diversas contribuições para a literatura e a historiografia. Ele escreveu nove livros sobre o continente africano, sendo “A Enxada e a Lança: a África antes dos Portugueses” e “A Manilha e o Libambo: a África e a Escravidão, de 1500 a 1700” aclamados como clássicos.

Costa e Silva recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio Camões, a maior honraria da literatura em língua portuguesa. Ele afirmou que, dentre os prêmios que recebeu, o de doutor honoris causa na Universidade de Ifé, na Nigéria, era o que mais se orgulhava.

O interesse de Costa e Silva pela história africana começou cedo. Nascido em São Paulo e criado no Rio, ele publicou seu primeiro livro, “O Parque e Outros Poemas”, com apenas 22 anos. Após seguir a carreira de diplomata, ele teve a oportunidade de conhecer pessoalmente diversos países africanos, o que influenciou fortemente o seu trabalho acadêmico.

Costa e Silva também exerceu papel fundamental na crítica ao racismo, na defesa das cotas raciais e no estudo da influência da África na formação do Brasil. Ele escreveu: “Tenho a felicidade de ter recebido muitos prêmios, mas o de que mais me orgulho é o de doutor honoris causa na Universidade de Ifé, na Nigéria. Foi em Ifé que surgiu o homem”.

Com uma marcante contribuição para a valorização da história e cultura africana, Alberto da Costa e Silva deixa um legado imensurável para as futuras gerações. Seus escritos e pesquisas continuarão a influenciar o estudo das raízes africanas no Brasil e no mundo.


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