74% das mulheres brasileiras passaram por violência em deslocamentos nas cidades, revela pesquisa. Feminicídio não é dado isolado.

Entre as situações de violência mais vivenciadas estão cantadas e olhares insistentes, relatados por 60% das mulheres. Além disso, 32% mencionaram ter passado por sequestro-relâmpago, 27% por importunação sexual, 17% por discriminação e 14% por racismo. A pesquisa também revela que 12% das mulheres sofreram agressão física e 7% foram vítimas de estupro.
Para evitar a violência, 94% das mulheres afirmaram que evitam passar por locais escuros, 89% tentam não sair à noite e 86% pedem para ser esperadas em casa ou que aguardem notícias ao chegar ao destino. O medo ao se deslocar é citado por 97% das mulheres, que temem que situações de violência aconteçam ou se repitam.
A pesquisa ainda revela que a segurança é a maior preocupação das mulheres ao se moverem nas cidades, citado por 88%, à frente do tempo (77%) e custo (72%). Apesar do medo e das situações de violência enfrentadas, a maioria (55%) das mulheres sai de casa ao menos cinco vezes por semana, sendo que 34% vão às ruas todos os dias. Além disso, a maior parte das mulheres (59%) faz deslocamentos à noite e 8% na madrugada, mesmo que a manhã seja o período do dia com mais saídas (87%).
Para chegar a essas conclusões, foram ouvidas 1,6 mil mulheres, maiores de 18 anos, em todo o país. As entrevistas foram realizadas nos meses de setembro e outubro de 2023. Os resultados da pesquisa destacam a urgência de medidas para garantir a segurança e proteção das mulheres durante seus deslocamentos nas cidades brasileiras.