Desmatamento de vegetação não florestal nativa no Brasil chega a 16% em 38 anos, aponta levantamento inédito do MapBiomas
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Segundo o MapBiomas, a vegetação nativa ocupa 64% do território brasileiro, sendo que a maior parte corresponde às florestas, enquanto a vegetação não florestal representa apenas 6%. No entanto, apesar de ocupar uma proporção menor do território, a vegetação não florestal desempenha um papel fundamental na preservação da diversidade de espécies de plantas e animais e na prestação de serviços ecossistêmicos.
Esse tipo de vegetação está presente em todos os biomas brasileiros, como formações campestres, campos alagados e áreas pantanosas e afloramentos rochosos, totalizando 50,6 milhões de hectares – 1,4 vezes o tamanho da Alemanha.
Os dados do MapBiomas indicam que o ritmo do desmatamento dessa vegetação é semelhante ao das áreas florestais no país, com o Brasil perdendo 16% de sua vegetação natural não florestal, proporção semelhante à da perda de cobertura florestal nativa.
O Cerrado lidera o desmatamento de vegetação herbácea e arbustiva, com 2,9 milhões de hectares suprimidos, enquanto o bioma do Pampa teve uma perda proporcional ainda mais acentuada. Os estados com uma maior proporção de vegetação não florestal são o Rio Grande do Sul, Roraima e Amapá, sendo que Rio Grande do Sul e Mato Grosso foram os que mais perderam esse tipo de vegetação desde 1985.
No Pantanal, houve uma transição entre áreas naturais, com um aumento da área de vegetação campestre e uma diminuição de campos alagados e áreas pantanosas. Além disso, as pastagens exóticas, introduzidas de capim não nativas do bioma, estão causando danos no solo.
De acordo com o MapBiomas, as áreas privadas concentram 61% da vegetação herbácea e arbustiva do Brasil, enquanto 20% dessas áreas são encontradas em áreas protegidas, com a maioria na Amazônia. No entanto, o grau de proteção em biomas tipicamente não florestais, como o Pantanal e o Pampa, ainda é considerado baixo.
Portanto, é essencial que medidas de preservação e conservação sejam implementadas para proteger a vegetação não florestal nativa do Brasil, garantindo a manutenção da diversidade e dos serviços ecossistêmicos que ela oferece.