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Ministra do Likud propõe solução de reassentamento de refugiados palestinos como forma de resolver conflito com Israel.



Conflito entre opressores e oprimidos: Gamliel do Likud sugere solução para Gaza

Aqui o conflito entre opressores e oprimidos – colonos e povos nativos – assumiu a forma de uma disputa nacional entre dois grupos distintos e bastante definidos. Apesar dos seus esforços, o Estado de Israel tem tido até agora apenas um sucesso parcial na “transferência” dos árabes palestinos da sua Pátria. A guerra de 1967 foi muito breve para que a limpeza étnica pudesse ser repetida em comparação da Nakba de 1947-1949. Por isso, para a ministra, a oportunidade da guerra cai como uma luva. 

No decorrer do escrito, a ministra do Likud diz também: “há muito tempo, Gaza é vista como um problema sem resposta. Tentamos muitas soluções diferentes: desengajamento, desenvolvimento, gerenciamento de conflitos e construção de muros altos na esperança de manter os monstros do Hamas fora de Israel”. Os muros contra os árabes palestinos que o imperialismo ocidental ajudou a erguer, os colonos sionistas – e eventualmente o seu Estado colonizador – fornecem aos seus defensores uma “muralha” contra os “bárbaros” do Oriente Médio, como Estado cliente dos Estados Unidos. 

No artigo, a Gamliel ainda apela para a fake news dos bebês decapitados e crimes sexuais cometidos pelo Hamas. A desinformação sobre a morte dos bebês já foi há muito desmascarada, as Forças de Defesa de Israel (IDF) desmentiram a notícia e o jornalista Oren Ziv afirmou que: “não vi nada com os meus próprios olhos, falamos com soldados” e tampouco há evidências que comprovem crimes sexuais contra mulheres israelenses.  

Ela acrescenta: “essa pode ser uma solução em que todos saem ganhando: uma vitória para os civis de Gaza que buscam uma vida melhor, e uma vitória para Israel após essa tragédia devastadora”. Aos olhos dos que defendem uma paz abstrata, a sugestão da ministra pode parecer até mesmo equilibrada, no entanto, os políticos sionistas em geral são presumíveis predadores: mentem quando lhes convém. 

A expansão colonialista sugerida por Gamliel é uma prioridade máxima para Israel e busca um equilíbrio de poder para que isso se torne possível. 

“Alguns chefes de Estado já estão discutindo um esquema de reassentamento de refugiados e dizem que acolheriam os habitantes de Gaza nos seus países. Isto poderia ser apoiado por muitas nações em todo o mundo, especialmente aquelas que afirmam ser amigas dos palestinos”, afirmou no artigo.

Aqui há um fato importante nas entrelinhas que precisa ser destacado: a colonização sionista da Palestina é a raiz do conflito. A colonização contínua é o ímpeto persistente que impulsiona o conflito. A ministra diz ainda que esta é uma proposta nova, para solucionar o problema. A história é importante para compreender porquê esta proposta não é novidade, pois diferentes correntes sionistas equilibram os dois objetivos em relação à Palestina de formas diversas. Algumas dão prioridade à expansão territorial acima da pureza étnica absoluta; outras temem pelo “perigo demográfico” e argumentam que existem muitos árabes na Palestina, e eles têm uma elevada taxa de natalidade.

O perigo de novas expulsões em massa na Palestina nunca esteve distante. Um “momento oportuno” surgiu agora, por exemplo, durante uma guerra – uma perspectiva que sempre esteve presente nesta região volátil. Israel ajuda a provocar esta oportunidade. Antes, o plano seguia em câmera lenta, com o método de dividir e conquistar, utilizando o sufocamento econômico, abusos de poder e repressões brutais.  

Por isso, os países que se opõem a esta injustiça devem agir com grande urgência para despertar a opinião pública do mundo e mobilizar a sociedade civil, de modo a tornar o mais difícil possível para Israel expandir a sua colonização e alcançar o seu objetivo. Enquanto este desequilíbrio discrepante de poder continuar, qualquer colonização vai inevitavelmente impor duras condições opressivas ao lado mais fraco.


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