Aumento do nível do Rio Guaíba obriga prefeitura de Porto Alegre a fechar comportas contra cheias pela terceira vez neste ano
A situação mais recente em Porto Alegre é de alagamento devido ao nível do Rio Guaíba que ultrapassou a cota de inundação na manhã desta segunda-feira (20). O Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) informou que o nível d’água atingiu 3,04 metros por volta das sete horas da manhã, próximo ao Cais Mauá, na região central da cidade, superando a cota de inundação, estabelecida em 3 metros.
O sistema de proteção contra cheias da cidade está sendo acionado pela terceira vez desde 25 de setembro, devido aos níveis de chuva excessivos que afetam a região. Além disso, o Guaíba está recebendo água de outros rios que tiveram volumes excessivos de chuva nos últimos dias, ameaçando a população ribeirinha.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que Porto Alegre registrou, este ano, o terceiro inverno mais chuvoso desde 1961, com 31 dias de chuva maior ou igual a 1 mm e precipitação total de 652,2 mm. Estes números superam a média sazonal de 435,5 mm e ficam atrás apenas dos volumes registrados em 1972 e em 2020.
As fortes chuvas no estado já causaram impacto em mais de 194 mil pessoas, entre desalojados, desabrigados e afetados de forma direta ou indireta pelas inundações e desabamentos. Além das quatro mortes registradas, há 63 pessoas feridas, evidenciando a severidade dos eventos climáticos.
O governo estadual já liberou R$ 60 milhões para municípios atingidos por desastres naturais, incluindo distribuição de cestas básicas e água potável. A cidade de Gramado, que decretou situação de emergência, foi atingida por desmoronamentos e inundações, resultando em duas mortes e deixando moradores desabrigados.
Da mesma forma, as cidades de Vila das Flores e Giruá enfrentaram tragédias relacionadas às fortes chuvas, com uma vítima fatal em cada uma. A fisioterapeuta Isabeli Soardi, 26 anos, faleceu no desabamento de um centro esportivo em Giruá, causando cerca de 60 feridos.
O estado tem sido fortemente impactado pelas condições climáticas adversas e as autoridades continuam monitorando de perto as áreas afetadas, viabilizando apoio humanitário e recursos essenciais para a população atingida. Suspeita-se que o estado de calamidade pública em algumas cidades possa exigir recursos adicionais e ações de recuperação de longo prazo para os danos causados pelas chuvas intensas.
