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A importância da resistência negra no Brasil contemporâneo: debate virtual reúne cinco mulheres negras no Dia da Consciência Negra

No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, cinco mulheres negras se reuniram virtualmente para debater as resistências negras no Brasil nos dias atuais. Elas fizeram menção à memória da data, instituída há 52 anos, para lembrar as lutas de movimentos negros pelo fim da opressão, desde o período da escravidão, em várias cidades brasileiras.

A ideia do debate foi levar o público a refletir sobre os principais desafios para a efetiva inclusão do povo negro na sociedade brasileira, com a necessária reparação da história, o fim da violência contra corpos negros e a representatividade negra em espaços de poder.

Participaram do encontro a professora e jornalista Rosane Borges, a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, a historiadora Valdecir Nascimento, a jornalista do canal de TV por assinatura Globo News, Flávia Oliveira, e a mediadora Alane Reis, também jornalista e coordenadora do Programa de Comunicação do Instituto Odara.

Durante o debate, as participantes foram unânimes em afirmar que o racismo continua presente na sociedade brasileira e que é fundamental fazer jus à luta do líder do Quilombos dos Palmares, Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência contra a escravidão colonial.

A anfitriã do encontro, Rosane Borges, destacou que o capitalismo coloniza até a luta negra, ressaltando a necessidade de resistir ao processo de cooptação capitalista. Ela defende que para o Brasil se tornar realmente uma nação, é preciso incluir os negros em todos os aspectos.

A jornalista Flávia Oliveira enfatizou a importância do Dia da Consciência Negra como forma de protagonizar a celebração, a luta por direitos e o reconhecimento da luta por liberdade do povo negro. Ela apontou que no campo da comunicação, o acesso tecnológico é capaz de impulsionar a resistência negra, contribuindo para formar redes que ela apelidou de quilombos virtuais e por disputa de narrativas legítimas do movimento negro por direitos.

Durante a discussão, também foram abordados temas como a homenagem a personalidades negras, a importância de indicar uma mulher negra para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), as mortes de jovens negros em todo o país e o assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico, em agosto deste ano.

A diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, defendeu que a luta do povo negro deve começar com a denúncia ao mundo de tudo que está errado no país, como os assassinatos de jovens negros por agentes de segurança pública. Ela também contemporizou o conceito de quilombos e criticou negros que, ao ascenderem socialmente, se esquecem da luta.

Durante o debate, dezenas de internautas postaram comentários que agradeciam a iniciativa, demonstrando a importância do evento na comunicação da luta negra.

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