Atacante Paulinho, do Atlético-MG, sofre intolerância religiosa após estreia na Seleção Brasileira: “Nunca foi sorte, sempre foi Exú”.

Nas redes sociais, mensagens com ofensas à religião de Paulinho, que é praticante do candomblé, foram publicadas. O jogador foi chamado de “macumbeiro” em diversos posts, demonstrando a intolerância religiosa que ainda persiste na sociedade.
No dia 6 deste mês, após ter sido convocado para a seleção, Paulinho postou uma foto com a camisa verde e amarela e a frase: “Nunca foi sorte, sempre foi Exú”. Essa afirmação é uma referência ao candomblé, onde Exu é considerado um orixá e representa um mensageiro espiritual.
Diante desse episódio, o jogador recebeu mensagens de solidariedade em seu perfil, incluindo o Galo, clube mineiro onde atua, que repudiou veementemente os ataques e ofereceu apoio a Paulinho. Além disso, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol- RJ) e a escola de samba Mocidade também se manifestaram em apoio ao atleta, condenando veementemente a intolerância religiosa e o racismo religioso.
Vale ressaltar que a Lei 14.532/23, sancionada no início do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, equipara a injúria racial ao crime de racismo e endurece a pena para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. Isso demonstra a preocupação do governo em combater atos de intolerância religiosa e garantir a liberdade de crença e prática religiosa para todos os cidadãos.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, as religiões de matriz africana estão entre as que mais sofrem ofensas e discriminação. Nos últimos dois anos, os atos de intolerância religiosa cresceram 45%, o que mostra a necessidade de ações efetivas para combater esse problema e promover a tolerância e o respeito entre as diferentes crenças e religiões.