Falta de saneamento atinge quase metade das moradias brasileiras, revela pesquisa do Instituto Trata Brasil baseada em dados do IBGE.

De acordo com o levantamento, do total de 74 milhões de moradias no Brasil, 8,9 milhões não possuem acesso à rede geral de água, 16,8 milhões recebem água de forma insuficiente, 10,8 milhões não possuem reservatório de água, 1,3 milhão não possuem banheiro e 22,8 milhões não contam com coleta de esgoto adequada.
A falta de acesso a água tratada e a exposição ao esgoto são problemas decorrentes da privação de saneamento, que têm impacto decisivo na incidência de doenças com consequências para a saúde de crianças, jovens e adultos, conforme destaca o estudo.
Os dados revelam que 53,8% das moradias brasileiras não têm nenhuma privação, enquanto 25,2% possuem ao menos uma privação, 9,9% têm duas, 9,3% têm três, 1,4% têm quatro e 0,4% enfrentam todas as cinco privações analisadas.
O estudo também apontou que alguns estados brasileiros sofrem mais com as privações no saneamento do que outros. O Pará, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro aparecem como os estados com maior população afetada.
Além disso, as estatísticas revelam que os problemas atingem de forma desproporcional os diferentes grupos étnicos no país. A população indígena é a mais afetada pela falta de saneamento, seguida pela população parda, preta, amarela e branca.
A pesquisa também ressaltou que a carência de serviços de coleta e tratamento de esgoto é responsável por parte das infecções gastrointestinais, que se concentram em áreas próximas a rios e córregos contaminados ou em locais onde o esgoto é despejado a céu aberto.
Diante desse cenário preocupante, a pesquisa destaca a urgência de políticas públicas e investimentos voltados para a melhoria do saneamento básico no Brasil, visando garantir o direito universal à água potável e ao esgoto tratado para toda a população.