Enem 2023: segundo dia de provas é mais interpretativo e menos conteudista, dizem professores

Caê Lavor, diretor de Ensino Médio e Avaliações do SAS Plataforma de Educação, avaliou que a prova foi mais fácil por ter cobrado menos assuntos técnicos e mais questões com contexto e relação com o cotidiano dos alunos. Ele destacou que nos últimos anos o Enem vinha se tornando mais conteudista, com cobrança de memorização de fórmulas e conhecimento mais profundo de disciplinas e temas. No entanto, neste ano houve uma mudança, retomando a tradição do Enem de ser uma prova mais interpretativa.
Segundo Caê, a consequência desse tipo de prova é selecionar perfis diferentes de estudantes para o ingresso no ensino superior, valorizando habilidades socioemocionais, senso crítico, capacidade analítica e empatia. O professor de química Vinícius Carvalho de Paula compartilhou a mesma impressão, afirmando que a prova esteve em um nível menos conteudista e mais interpretativo, priorizando a leitura e interpretação das questões.
No entanto, as opiniões se dividem. O professor de matemática Lucas Borguezan do Curso Enem Gratuito avaliou que o Enem manteve a tendência de se tornar uma prova conteudista, apesar de ter percebido a prova de matemática mais fácil neste ano. Ele ressaltou que as questões foram muito bem formuladas, o que facilitou a resolução, e que, em sua análise de nove Enens, percebe que o exame está caminhando para ser cada vez mais conteudista, com melhor formulação das questões.
Portanto, as opiniões dos professores divergem em relação à prova deste ano do Enem. Enquanto alguns enxergam uma mudança para uma prova mais interpretativa, outros acreditam que a tendência é se tornar mais conteudista. No entanto, o consenso é que a prova deste ano foi menos difícil e priorizou a interpretação em relação ao conteúdo específico das disciplinas.