Artistas com deficiência buscam inclusão no mercado criativo em Belém, no Pará, durante o Terceiro MICBR.

O cearense João Paulo Lima, da área de dança e ativista dos direitos das pessoas com deficiência, destaca a importância de enxergar a acessibilidade não como um produto, mas como um direito humano. Ele enfatiza que a luta pela inclusão no mercado criativo precisa ser coletiva e que é fundamental defender a acessibilidade em políticas de editais e espaços.
Ariadne Andico, que vive no interior de São Paulo, e trabalha como palhaça, ressalta a importância do encontro para promover a convivência entre pessoas com e sem deficiência. Ela afirma que é uma oportunidade de mudar a perspectiva em relação à inclusão de artistas com deficiência, e destaca a importância de ter a oportunidade de falar sobre sua arte, e não apenas sobre sua deficiência.
Socorro Lima, professora, pesquisadora e artista da dança de Belém (PA), que tem deficiência visual, destaca a invisibilidade enfrentada por pessoas com deficiência no mundo artístico. Ela aponta que muitas vezes são vistos como empecilhos e que a luta pela visibilidade das pessoas com deficiência é constante.
No entanto, os artistas com deficiência presentes no MICBR reclamaram da pouca acessibilidade do evento, realizado no Centro de Convenções do Hangar, em Belém. O Ministério da Cultura destacou que houve a realização de uma mesa de debate sobre acessibilidade com o objetivo de escutar as pessoas e que foram feitas avaliações das necessidades específicas das pessoas com deficiência no evento.
A diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura do Ministério da Cultura, Andrea Guimarães, reconheceu a lacuna na acessibilidade do evento, mas ressaltou a preocupação da organização em melhorar a recepção das pessoas com deficiência.
O Terceiro Mercado das Indústrias Criativas do Brasil em Belém reúne artistas com deficiência de diversas áreas e tem como objetivo promover a inclusão no mercado criativo. A acessibilidade e a visibilidade das pessoas com deficiência foram temas de destaque durante o evento, ressaltando a importância de pensar a acessibilidade como um direito humano e não apenas como um produto. A luta por inclusão e visibilidade das pessoas com deficiência no mundo artístico é constante, mas eventos como esse representam uma oportunidade de promover a mudança de perspectiva e de transformação.